A IA generativa está mudando o panorama dos pagamentos financeiros, tornando-os mais inteligentes, rápidos e seguros. As plataformas de pagamento deixaram de ser simples meios de transação e evoluíram para oferecer uma experiência mais fluida e personalizada, proporcionando maior conveniência para os consumidores e criando uma interação mais envolvente com as instituições financeiras. Por meio da IA generativa, é possível fazer recomendações extremamente assertivas sobre investimentos, de acordo com o perfil do usuário, e sugestões sobre quais produtos e serviços ofertar a ele, considerando a sua renda, além de prever necessidades futuras com base no seu momento de vida atual. É uma oportunidade única para transformar dados e informações em negócios concretos, de forma dinâmica e intuitiva.

Na minha visão, outro atributo importante que essa tecnologia traz, sobretudo no Brasil, é o incremento na segurança das transações financeiras. A IA generativa não apenas auxilia na identificação de fraudes, mas se integra a outras tecnologias, como biometria e blockchain, criando um sistema de segurança mais robusto e completo. Isso permite que transações sejam realizadas de maneira mais segura, com a capacidade de identificar padrões de comportamento em tempo real, impedindo fraudes antes mesmo de se concretizarem. No Brasil, onde tentativas de fraude atingem números alarmantes – somente no primeiro semestre de 2024 foram mais de 1 milhão de tentativas – a IA não só reage a incidentes, mas antecipa os riscos, tornando a proteção do consumidor mais assertiva.

Além de fortalecer o pilar da segurança, a IA generativa também agrega muito na otimização de processos corporativos.  Sua capacidade de automatizar tarefas burocráticas  e processuais, como a validação de documentos, a conciliação de pagamentos e a análise de regulamentos, permite que os profissionais possam focar em questões mais estratégicas para o crescimento de suas empresas. A redução de falhas e de custos operacionais, somada ao aumento da velocidade e precisão, é uma consequência direta dessa automação.

Contudo, apesar de todas as vantagens, é inegável que a adoção da IA generativa apresenta desafios consideráveis. O custo de implantação é uma barreira inicial, mas o maior obstáculo está na adaptação das equipes e na mudança de mentalidade dentro das organizações. As empresas precisam investir não apenas em tecnologia, mas também no desenvolvimento de suas equipes, garantindo que todos os colaboradores, desde os desenvolvedores até os gestores, estejam preparados para lidar com essas novas ferramentas. Além disso, é fundamental criar uma cultura de inovação contínua, onde a IA não é vista como uma ferramenta isolada, mas como parte da estratégia organizacional. Com uma governança sólida, políticas claras e uma infraestrutura adequada, as empresas podem superar esses desafios.

No cenário global, a adoção de IA generativa está se expandindo rapidamente. Estados Unidos, China e países da Europa estão investindo muito em IA generativa para transformar o setor financeiro. Já há bancos americanos que fornecem insights financeiros personalizados para clientes em tempo real, com base em seu comportamento de gasto e padrões de investimento. A IA generativa também está sendo usada para melhorar o suporte ao cliente, com chatbots capazes de realizar transações financeiras simples, responder a consultas complexas e até oferecer aconselhamento financeiro com base no perfil do usuário. Outra tendência é a utilização da IA generativa para otimizar as análises de crédito, criando modelos preditivos mais precisos e dinâmicos. Isso reduz o risco e melhora a qualidade do atendimento, permitindo uma melhor compreensão do perfil de risco dos clientes e de suas necessidades. Além do setor financeiro, outras áreas importantes têm adotado e se beneficiado do uso da IA generativa, como a saúde. No Reino Unido, por exemplo, a IA está sendo utilizada para personalizar tratamentos a partir dos diagnósticos médicos e sugerir medicações e planos de tratamento baseados na genética e no histórico do paciente.

Acredito que o Brasil tem tudo para estar na vanguarda dessa transformação, se as empresas e as instituições financeiras souberem integrar a inovação com responsabilidade. Ainda estamos no começo da jornada e temos um longo caminho a ser percorrido, mas não se trata mais de “se” as empresas irão adotar a IA generativa, mas sim de “quando” elas farão isso. As empresas que investirem em infraestrutura adequada, no treinamento de suas equipes e no alinhamento com as normas regulatórias terão uma vantagem significativa no mercado: estarão bem posicionadas para liderar a transformação digital do setor financeiro.

 

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