Talvez muitas pessoas não saibam, mas o QR code (“Quick Reponse Code” ou “Código de Resposta Rápida”) foi criado em 1994 pela empresa japonesa Denso-Wave, uma subsidiária da Toyota no Japão, com o objetivo de rastrear as peças e partes dos veículos durante o processo de fabricação. No Brasil ele está presente em vários segmentos, e tem sido bastante utilizado em aplicações como: cardápios digitais, catálogos de produtos, ações de marketing ou cartões de visitas digitais, entre outras. Mas, no Brasil, o QR Code passou, de fato, a fazer parte do nosso dia a dia, após o lançamento do Pix, em 2020.

É importante ressaltar, que o crescimento e uso do QR code foram impulsionados em grande parte pelo crescimento e avanço da base de usuários com smartphones no Brasil, que já ultrapassou a marca de 242 milhões de aparelhos, segundo dados da FGV-EAESP. Esse fator foi importante, pois tornou a tecnologia acessível a todos estes usuários. Vale lembrar também que antes do lançamento do Pix no Brasil, o QR code já era bastante utilizado como forma de iniciação de pagamentos instantâneos e carteiras digitais em vários outros países, como na China por exemplo (o case mais conhecido da época com o WeChat e o AliPay).

Mas o que torna o QR code tão popular? Se olharmos para trás, podemos considerar o QR code como uma evolução do nosso tradicional código de barras, que hoje encontramos em praticamente todos os produtos do supermercado, boletos ou contas de pagamento. É interessante saber que o código de barras foi inventado entre as décadas de 1960 e 70, nos EUA com o objetivo de criar um método para tornar a operação no ponto de venda (PDV) mais rápida e automática.

QR code

O QR code e o código de barras diferenciam-se principalmente por seu formato e capacidade de armazenamento. Enquanto o código de barras é unidimensional (1D) e possui baixa capacidade de armazenamento, o QR code tem um formato bidimensional (2D), que possibilita maior capacidade de armazenamento de dados (quase 100x superior ao código de barras), e maior facilidade e rapidez de leitura por qualquer câmera de smartphone ou leitor, tornando-o mais versátil para diversas aplicações.

Atualmente existem estudos em andamento para que o QR code passe a ser inserido nos produtos que vemos nos supermercados e lojas juntamente com o código de barras. Neste caso, como o QR code possibilita maior capacidade de armazenamento de dados, seria possível incluir informações adicionais como o lote do produto e o prazo de validade, possibilitando assim, maior controle e gestão dos estoques por toda a cadeia de distribuição.

Diante de todas estas características, o QR code passou a ser rapidamente utilizado por todo o mercado de meios de pagamento como uma das principais formas de iniciação dos pagamentos instantâneos (como o Pix) ou das carteiras digitais. Isto ocorre pois, ao invés do usuário digitar os dados do cliente ou da transação, ele pode apenas ler o QR code gerado com estas informações e realizar o pagamento de forma simples e rápida por qualquer smartphone ou leitor. Ou seja, o QR code, neste caso, reduz o que chamamos de “atrito” no pagamento, pois torna a operação mais ágil.

É interessante observar também, que no caso do nosso Pix, o QR code pode ser de dois tipos: “ESTÁTICO” ou “DINÂMICO”. O QR code estático normalmente contém apenas os dados do recebedor (sendo necessário inserir as demais informações), já o dinâmico normalmente possui além dos dados do recebedor as informações da transação, o que possibilita maior controle e rapidez na operação, além de maior facilidade na conciliação dos pagamentos.

Curiosamente, vemos que o pagamento por QR code no Brasil já se transformou em praticamente um “sinônimo” de pagamento com Pix, e é possível observarmos seu uso cada dia mais difundido e integrado à nossa rotina. Segundo uma pesquisa realizada pela PwC “os pagamentos com QR code estão ajudando a alavancar os sistemas de pagamentos instantâneos, fornecendo acesso fácil e barato aos pagamentos digitais, seja por meio de um dispositivo tradicional de POS (sigla em inglês para ponto de venda – PDV) ou de um dispositivo móvel para comerciantes e consumidores”.

Outra pesquisa da consultoria britânica Juniper Research mostra também que o número de pessoas que regularmente pagam contas e compras com QR code deve crescer globalmente, dos atuais 1,5 bilhão para mais de 2,2 bilhões até 2025, com aumento expressivo em diversos países, entre eles o Brasil. A Fiserv também divulgou recentemente a pesquisa Carat Insights 2022, sobre o Futuro dos Meios de Pagamento, em que indica que os pagamentos por QR code estarão entre os mais utilizados para a próxima década, atrás apenas do Pix e das carteiras digitais segundo a opinião dos entrevistados.

A realidade é que o nosso mercado de meios de pagamento está em grande evolução e repleto de inovações. Estamos vivenciando nos últimos anos uma verdadeira transformação tecnológica com o avanço dos pagamentos digitais, e tudo isto traz muitas oportunidades para que as empresas fornecedoras de tecnologia e de serviços ofereçam soluções que possibilitem uma melhor experiência de compra para o cliente/consumidor. Um dos principais desafios continua sendo tornar a jornada de compra cada vez mais rápida, segura e conveniente para o cliente/consumidor. A boa notícia é que embora estejamos avançando rápido nesta direção, temos ainda um “universo de oportunidades” e de desafios pela frente.

 

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