De acordo com o relatório apresentado pela Transforma Insights, uma empresa de pesquisa focada no mundo da transformação digital, estima-se que as conexões globais de IoT crescerão de 11,3 bilhões para 29,3 bilhões até o final de 2030, com destaque para redes de curto alcance, inteligência artificial e 5G.

Estes números revelam que cada vez mais a indústria de IoT envolverá as tecnologias disruptivas de maior valor, abrindo novas fronteiras, possibilidades e desafios na produção de serviços e aplicativos inteligentes.

Diante deste cenário, um dos grandes desafios para quem depende de redes de comunicação para implementação de soluções de IoT é garantir que haja conectividade em todas as áreas necessárias, no tempo hábil demandado e custo reduzido.

De fato, a demanda por novas áreas com cobertura licenciadas (como 4G e 5G), que estejam fora dos limites planejados pelas operadoras, passa por uma via crucis, desde a avaliação de viabilidade técnica, aprovação comercial e tempo de implementação – na maioria das vezes a custos extremamente altos.

As smalls cells, por exemplo, soluções de densificação de rede em áreas localizadas, amplamente usadas em vários países, nunca encontraram condições comerciais e regulatórias para se popularizarem no Brasil.

Mas este cenário parece estar mudando para o mercado de Internet das Coisas. A entrada de novos players de infraestrutura de rede e a implementação de redes neutras de grande área estão trazendo um grande avanço na implementação de projetos de IoT industriais, rurais e urbanos.

A implementação de redes neutras

Em muitos casos, principalmente para indústrias e Smart Building, as condições de uso de rede são deep indoor ou estão em ambientes com muito ruído de frequência. Vários integradores de soluções têm usado a combinação da rede neutra de grande área com densificação localizada para garantir a robustez do projeto.

Essa arquitetura já está presente em projetos nos setores automotivo, portuário e industrial de grande porte, além de se tornar uma combinação cada vez mais simples com o portfólio de gateways interoperáveis disponíveis no Brasil, com preços competitivos e excelente qualidade.

Oportunidades para ISPs

Um dos principais benefícios dessa arquitetura flexível é a possibilidade de novos negócios para provedores de Internet, conhecidos como ISPs. Segundo André Martins, CEO da NLT, MVNO dedicada à IoT, o crescimento do mercado passa pela atuação dos ISPs, que já são considerados um movimento orgânico – os ISPs estão posicionados na ponta e podem garantir a entrega final e a prestação do serviço aos clientes. Além disso, podem se beneficiar da infraestrutura existente em sua área de atuação e densificar a partir da demanda real.

P2P LoRaWAN: novos avanços para acabar com as áreas de sombra em projetos IoT

Outra novidade que promete revolucionar o mercado, em particular de medição e de Smart Building, é o novo relay P2P divulgado pela LoRa Alliance, associação que reúne as principais empresas do setor de Internet das Coisas baseado em LoRaWAN, no mundo.

Em agosto de 2022, a LoRa Alliance divulgou a padronização da camada de software e hardware para permitir o “peer to peer”, ou comunicação entre dispositivos, integrado a uma rede LoRaWAN, de maneira padronizada e segura.

Este avanço se deu pelo desafio de conectar objetos em subsolos, atrás de portas de metal e em condições de uso pouco favoráveis. A padronização reduzirá o risco comercial de utilização de soluções proprietárias e permitirá ainda mais flexibilização na arquitetura das soluções, sem esquecer da cibersegurança.

Acredito que as primeiras soluções estarão disponíveis no mercado, para teste, no final de 2023. Essa implementação com o relay LoRaWAN P2P, inclusive, deverá ser o padrão da indústria para telemedição de gás e água a partir de 2024.

 

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