Para informar, interagir ou vender ao consumidor 60+ na Internet, a primeira impressão precisa caber em 6 polegadas. Este é o tamanho médio das telas dos smartphones utilizados pelo público que invadiu a internet especialmente de 2015 para cá. É neste diminuto, mas quase onipresente espaço, que os 60+ se informam, interagem, consultam, comparam, compram, pagam e, quem diria, também reclamam de marcas, produtos e serviços.
No início de 2015 realizamos a primeira pesquisa sobre hábitos e como se dava a interação do público 60+ com a Internet. Nada comparado a hoje, mas com um viés de crescimento bastante consistente, os smartphones já demonstravam ser a janela ou porta para a digitalização desta turma. Por isso que não nos causou surpresa quando as avós começaram a interagir com os netos via Facebook e especialmente Instagram. Quando quase 100% das compras realizadas por muitos 60+ aconteceu exclusivamente pela Internet durante a pandemia. Este momento horroroso da nossa história não foi o ponto de inflexão, mas foi o reagente que acelerou a experimentação da turma grisalha ou não nas facilidades deste novo e conectado mundo.
Hoje temos mais de 70% da população 60+, ou quase 27 milhões de pessoas, com posse e uso de smartphones no Brasil. A pequena “janelinha” da tela faz as marcas, produtos e serviços entrarem nas casas deles e faz eles entrarem na sua loja ou empresa. Outro dia enquanto realizávamos um diagnóstico de UX60+ na loja de uma rede cliente assisti um vendedor em apuros enquanto atendia um cliente 60+. O vendedor, mal preparado e pouco treinado para explicar as características de um eletrodoméstico ao cliente, ganhou uma aula gratuita do senhor, que estava absolutamente bem-informado inclusive dos pontos fracos e pequenos defeitos de concepção do equipamento. Havia pesquisado na sua Internet de 6 polegadas e inclusive assistido a vídeos do fabricante.
“Mobile first” é o conceito que propõe aos web designers primeiro a criação das páginas web de telas mobile para só depois e de forma responsiva se ajustarem à tela do desktop. Nas empresas que realizamos consultoria percebemos que acontece o contrário: o desktop é priorizado como tela principal e as estratégias digitais acabam sendo menos eficientes quando quem vai pagar a conta é alguém usando uma tela de seis polegadas. Já em 2015, o Google percebia essa tendência e foi por isso que começou a estudar a aplicação deste item no seu algoritmo, o que aconteceu em 2018 quando o buscador anunciou que seu sistema de indexação de páginas começaria a ranquear as páginas de acordo com a responsividade mobile. Na prática isso significa que os sites que não tiverem um design responsivo e não forem otimizados para dispositivos móveis perderão lugar para concorrentes mais preparados. Sites mobile first são mais limpos, organizados e funcionais, geram experiências de navegação mais fluidas e UX60+ mais eficazes.
“Mas meu site já é responsivo para mobile”, disse um gerente de produtos que ficou surpreso com a dificuldade e despersonalização da tela concebida para desktop ao ser acessada e manuseada em tela mobile. Se pudesse fazer uma comparação com o varejo físico seria como se dentro da loja tivessem muitas escadas, corredores apertados, sem sinalização e muito ruído. Esta é a sensação de muitos clientes 60+ ao terem que se virar em uma navegação que não foi concebida adequadamente. Ele vai embora e resolverá sua questão no seu concorrente.