Uma tela quadrada de 4,5 polegadas. Com apenas esta informação o BlackBerry Passport atraiu milhares de usuários. De fato, este era o grande destaque do aparelho enquanto todos os outros celulares costumavam ter um formato retangular. O BlackBerry Passport era quadrado e ainda tinha um teclado físico.
Há quase dez anos, em setembro de 2014, o aparelho era lançado no Canadá, França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos. Em outubro do mesmo ano, foi lançado para outros mercados ao redor do mundo. No Brasil, a promessa de chegada seria no primeiro semestre de 2015. O preço sugerido inicialmente no país norte-americano era de US$ 599.
A tentativa do até então novo CEO, John Chen – que ocupou o cargo em novembro de 2013 –, era “retornar às raízes“, levando o teclado físico novamente para o mercado. A marca estava passando por uma sucessão de quedas de vendas nos últimos anos. Por isso, a empresa acreditou ser possível, ao comercializar esse novo produto, voltar para o saldo positivo.
No Passport, havia uma combinação entre o teclado físico e a tela sensível ao toque. Como o nome indica, o formato foi inspirado no passaporte de um viajante, “um símbolo familiar e universal de mobilidade”, como disse a companhia em seu blog.
BlackBerry de tela quadrada
Com uma resolução de 1440 x 1440 pixels, a tela é baseada no Gorilla Glass 3 para maior resistência. O teclado, diferentemente do clássico, possuía três fileiras de teclas, e não quatro, com a barra de espaço aninhada entre as teclas V e B. A tecla Alt desapareceu e a tecla Shift e os números e símbolos foram movidos do teclado para o touchscreen.
Especificações
Sua bateria de 3.450 mAh prometia durar até 18 horas de uso direto ou 30 horas de uso misto; seu processador era o Snapdragon 801 quad-core de 2.2 GHz; possuía 3 GB de RAM e 32 GB de armazenamento; e sua câmera principal era de 13 megapixels com estabilização óptica de imagem. Já a frontal era de 2 megapixels.
Além da conectividade 4G, seu sistema operacional era o BlackBerry OS e os aplicativos podiam ser baixados na Amazon Appstore. Outro recurso do sistema 10.3 era o BlackBerry Blend, que permitia o usuário conectar seu aparelho com dispositivos que rodassem Windows, Mac e Android via Wi-Fi, 3G/4G ou USB. Assim, era possível transferir arquivos, além de receber mensagens de texto e notificações de chamadas.
O modelo Passport veio com um assistente pessoal de voz, a BlackBerry Assistant, que ajudava a organizar os e-mails, contatos e calendário, assim como a Siri (Apple), Google Now e Cortana (Microsoft) da época.
Pós-lançamento
Nos dois dias seguintes do seu lançamento oficial, 200 mil aparelhos foram vendidos e o estoque pré-encomendado nos sites da Amazon e do BlackBerry esgotou em dez horas. Apesar do sucesso, a maior parte das críticas, que ironia, era justamente sobre o seu formato quadrado, maior que os demais celulares da época, já que era difícil de carregar no bolso ou usar com apenas uma mão.
Usar o Twitter (atual X) e assistir a vídeos no YouTube acabava sendo desconfortável por causa da má adaptação da tela quadrada. Apesar disso, pode-se dizer que seu design era minimamente curioso e chamava a atenção. E isso foi algo unânime.