Em 2001, já havia uma discussão sobre uma possível união entre a francesa Alcatel e a norte-americana Lucent Technologies, de acordo com a Reuters. Apesar de ambas as empresas não comentarem as especulações, fontes próximas à situação, segundo o Wall Street Journal Europe, disseram que a Alcatel e a Lucent vinham mantendo conversas há algum tempo. Entretanto, ainda não haviam discutido termos financeiros específicos, além das chances serem baixas desta fusão acontecer naquele momento.
Confira aqui a primeira parte da história da Alcatel-Lucent.
Após cinco anos de rumores, a Alcatel e a Lucent confirmaram o acordo definitivo de fusão entre iguais, que foi aprovado no dia 2 de abril de 2006 pelo comitê de diretores das duas companhias. A empresa conjunta, que não tinha um nome definido, ainda precisava ser submetida aos acionistas e às autoridades legais e, por isso, foi comunicado que o acordo havia sido antecipado e que seria concluído de seis meses a um ano.
A comissão federal de comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês), por sua vez, aprovou a transação em junho, enquanto a União Europeia deu o aval em julho. E, no dia 7 de setembro do mesmo ano, os acionistas das duas empresas aprovaram a fusão. Para ser concretizada, eram necessários 50% dos votos favoráveis dos que possuíam ações da Lucent, e o percentual obtido foi de cerca de 52%. Na reunião da Alcatel, em Paris, os donos de papéis da empresa deram o sinal verde à união em uma assembleia anual ordinária, porém não foi revelado com qual percentual.
Depois de oito meses após o acordo, a francesa Alcatel e a norte-americana Lucent Technologies concluíram, no dia 30 de novembro de 2006, a fusão anunciada e no dia seguinte já iniciaram oficialmente a operação conjunta. Inicialmente administrada por um conselho constituído por 14 membros, a Alcatel-Lucent teve como presidente o Serge Tchuruk e a presidente-executiva Patrícia Russo. Com a fusão, a nova companhia passou a ter atuação em 130 países, tornando-se uma grande competidora no mercado mundial em redes de banda larga fixas, móveis e convergentes, além de tecnologia IP, aplicações e serviços.
A nova empresa teve uma capitalização de mercado agregada de aproximadamente 30 bilhões de euros (US$ 36 bilhões). A partir do balanço de 2005, as companhias em conjunto tiveram receitas de aproximadamente 21 bilhões de euros (US$ 25 bilhões), divididos de forma praticamente igual entre América do Norte, Europa e as demais regiões do mundo. Além disso, também somavam cerca de 88 mil funcionários neste mesmo ano.
Divisão do grupo
Em 2014, o grupo Alcatel-Lucent se dividiu em dois: Alcatel-Lucent Enterprise e Alcatel-Lucent. A sua subsidiária ALE havia sido vendida para o China Huaxin Post & Telecommunication Economy Development Center (conhecida apenas como “China Huaxin”) – com rumores no mercado de que a empresa era um potencial alvo de compra de uma companhia chinesa desde 2011 –, tornando-se uma empresa de capital fechado. A empresa ALE continua usando a marca Alcatel-Lucent.
Isso ocorreu porque a empresa registrou sete anos consecutivos de fluxos de caixa negativos, em outubro de 2013. Na época, foram anunciados planos para cortar 10 mil funcionários, 14% dos 72 mil funcionários, como parte de um esforço de redução de custos de 1 bilhão de euros.
Aquisição da Nokia
Foi em abril de 2015 que a Nokia, então, anunciou um acordo para tomar o controle da Alcatel-Lucent, uma empresa que desde sua criação, conseguiu fechar somente um ano com lucro. Era interessante para a empresa finlandesa, já que tinha uma forte implantação na Europa, diferentemente da Alcatel-Lucent, centrada na América do Norte, onde a empresa tinha pouca presença. A Nokia fechou o negócio pelo valor de US$ 16,6 bilhões em novembro de 2016. Com a aquisição, a companhia finlandesa levou a uma competição maior com a sueca Ericsson, Huawei e com outras empresas de grande porte no setor.