Dez anos atrás, no dia 18 de junho de 2014, a Amazon anunciou a fabricação de seu primeiro (e último) smartphone, o Fire Phone. Lançado no dia 25 do mesmo mês, a gigante do varejo online prometia um telefone celular com tecnologias que prometiam ser revolucionárias, como a Dynamic Perspective (um efeito 3D na tela de visualização) e a Firefly (uso de câmera e microfone para reconhecer objetos e mídias).

O Dynamic Perspective usava um sistema de sensores (quatro câmeras frontais, uma em cada canto) que rastreavam a face do usuário com outros recursos como acelerômetro e giroscópio para responder à forma como a pessoa segurava, visualizava e movimentava o dispositivo, proporcionando um efeito semelhante ao 3D na tela.

O recurso era usado principalmente em jogos, telas de bloqueio e mapas, mas a Amazon também o incorporou em ícones de aplicativos, que se moviam conforme o telefone era inclinado ou a cabeça do usuário era movida. Enquanto alguns elogiaram a natureza inovadora do Dynamic Perspective, outros acharam superficial ou experimentaram enjoo por movimento.

A tecnologia Dynamic Perspective pavimentou o caminho para recursos parecidos em dispositivos que vieram a seguir, como o Face ID, da Apple, e o Intelligent Scan, da Samsung.

Por sua vez, a Firefly reconhecia as mais variadas coisas – como endereços de web e email, números de telefone, códigos QR e de barras, filmes, músicas e diversos produtos. Bastava apertar o botão e direcionar a câmera para o que interessava.

Configuração do Fire Phone

O Fire Phone tinha tela HD de 4,7 polegadas, tecnologia LTE, além de uma câmera traseira de 13MP personalizada com iluminação traseira, flash LED, lente de cinco elementos f/2.0, Estabilização Óptica de Imagem (OIS) e HDR. O Fire também incluía uma câmera frontal de 2.1MP e outra traseira. Ambas gravavam vídeos em 1080p HD.

O dispositivo continha um processador Qualcomm Snapdragon 2.2 GHz Adreno 330, 2 GB de RAM, e  armazenamento interno de 32GB ou 64GB, porém sem opção de armazenamento expansível com slot para microSD. A bateria tinha capacidade de 2400 mAh.

Fire Phone

Fire Phone: tentativa da Amazon em entrar no mercado de smartphones. Imagem: https://www.mobilephonemuseum.com/

Sistema operacional e preço

Seu sistema operacional era a versão modificada do Android 4.2 Jelly Bean, o Fire OS, semelhante ao do Kindle. Tinha sua própria loja de aplicativos, com os apps da Amazon, alguns nativos do Android e outros famosos, como redes sociais, Netflix, ESPN, entre outros.

O dispositivo foi fabricado pela Foxconn e era vendido nos Estados Unidos exclusivamente pela AT&T, que oferecia um plano de dois anos de contrato. O valor era de US$ 199.

Os motivos do fim

O Fire Phone ocupou o primeiro lugar na lista de “Mais Vendidos” na Amazon.com por um breve momento. Duas semanas após o lançamento as vendas começaram a cair. As ações da Amazon despencaram 10% em 24 de julho de 2014.

Em outubro de 2014, durante o anúncio dos resultados financeiros do terceiro trimestre daquele ano, a Amazon declarou prejuízo de US$ 170 milhões devido aos custos associados ao Fire Phone e tinha mais de US$ 83 milhões em estoque do celular.

No fim de agosto de 2015, as vendas do aparelho foram descontinuadas pela Amazon.

Embora os avaliadores tenham considerado o Firefly e os recursos Dynamic Perspective como diferenciais significativos, eles também notaram várias desvantagens como não ter Bluetooth LE, o sistema operacional ser falho, seu alto preço e a exclusividade do dispositivo para a rede da AT&T. O hardware dividiu opiniões: enquanto alguns gostaram do design, outros ficaram preocupados com a durabilidade do vidro, e reclamaram da espessura e do peso.

 

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