Lançado em 2008, o Toshiba G450 entrou para o rol de celulares dos anos 2000 que mais pareciam ter saído de um filme de ficção científica. Ele não era um aparelho comum – tanto por seu formato, quanto por suas funções. Ele era um “único e inovador dispositivo móvel quatro-em-um”, como a própria Toshiba o descrevia. Além de telefone, claro, funcionava como modem de Internet 3G HSDPA, MP3 player e pen drive, uma combinação de recursos não tão típica em celulares da época.
Com 98 milímetros de altura, 36 milímetros de largura e 16 milímetros de espessura, o G450 tinha 57 gramas, cerca de metade do peso de um celular convencional do final da década de 2010. Pequeno e leve, seu design chamava atenção pelo formato peculiar. Oval, sua parte frontal dispunha de três círculos. Em cima, uma tela OLED de 0,8 polegadas, na qual cabiam pouquíssimos elementos – o suficiente para fazer funcionar seus recursos principais, ainda que com dificuldade. O teclado retroiluminado dividia-se nos outros dois círculos restantes.
Quando o celular era conectado à entrada USB de um computador, automaticamente o software da Toshiba Wellphone XT era instalado, permitindo que fosse utilizado como modem. Era preciso apenas colocar as configurações da operadora e clicar em um botão. Em questão de segundos, o G450 se conectava à Internet, podendo chegar a uma velocidade de até 3,6 Mbps, com suporte também para UMTS, EDGE e GPRS, além da tecnologia mais veloz HSDPA.
O mais difícil mesmo, de acordo com as resenhas da época, era usar o celular em si. O teclado e os controles eram “ridiculamente complicados”. Para navegar entre as funções era preciso utilizar dois botões nas laterais. O que dificultava era que a ação desses botões mudava, dependendo do menu em que a pessoa estava. Para melhorar, a tela era tão pequena que era preciso rolar a página para usar qualquer função, pois não havia espaço o suficiente, nem mesmo para um SMS de cinco palavras.
Priorizando seus recursos bem específicos, que incluía também um alarme, o G450 deixou de lado algumas funcionalidades básicas que já eram comuns em celulares naquele momento, como acesso a e-mail, câmera e Bluetooth. O tamanho reduzido também resultava em uma bateria pequena, de 600 mAh – o suficiente para 70 minutos de ligação no 3G, 140 minutos em GSM e sete a oito dias de standby. Não dava para contar com muita memória, não. Era preciso dividir os 160 MB entre o MP3 player e o U-disk, seu modo pen drive.