Em meados de 2010, um conceito estranho chegou ao mercado da tecnologia: os phablets. Medindo entre 5,5 e 7 polegadas, esses dispositivos móveis são grandes demais para serem considerados celulares, mas ao mesmo tempo são pequenos demais para serem tablets.
A criatividade não era exatamente o forte de quem batizou o produto. O nome vem da combinação das palavras phone (telefone) e tablet, e misturam características e funcionalidades dos dois aparelhos. A ideia era poder oferecer uma experiência ampliada de multimídia e produtividade (contando até com a utilização de canetas stylus) sem sacrificar a portabilidade de um smartphone.
O desenvolvimento de phablets começou ainda na década de 1990. O aparelho AT&T EO 440, da antiga AT&T Corporation pode ser esquisito, e parecer mais com um kindle do que com um tablet ou smartphone, mas pode ser considerado como o ancestral de todos os phablets.
Apesar disso, mesmo com o lançamento de outros protótipos ao longo dos anos, o primeiro phablet oficialmente lançado com essa nomenclatura foi o Dell Streak, da Dell, em 2010. O aparelho contava com um sistema Android 1.6, que já era desatualizado no lançamento do produto, o que levou a Dell a descontinuar o aparelho apenas 1 ano depois.
Entretanto, o primeiro grande marco na popularização desse tipo de handset foi o lançamento do Samsung Galaxy Note, em 2011. Com sua tela de 5,3 polegadas – considerada bem grande para os padrões da época – e a inclusão da caneta S Pen, o Galaxy Note mostrou que havia um nicho de mercado para este tipo de dispositivo.
Nos anos seguintes, mais fabricantes aderiram à tendência. A Huawei, Xiaomi, LG e Nokia (através do seu Windows Phone), lançaram suas próprias versões de phablets, enquanto a Apple – conhecida por resistir a telas maiores em seus smartphones – finalmente entrou no mercado em 2014 com o iPhone 6 Plus. Com sua tela de 5,5 polegadas, o iPhone 6 Plus consolidou os phablets como uma categoria dominante.
Com o tempo, as telas grandes deixaram de ser uma exclusividade dos phablets e se tornaram o padrão do mercado dos próprios smartphones. Alguns modelos que antes seriam classificados como phablets hoje são simplesmente considerados smartphones. Dispositivos como o Samsung Galaxy S21 Ultra e o iPhone 14 Pro Max, por exemplo, trazem telas de mais de 6,5 polegadas, mas raramente são rotulados como phablets.