Em janeiro de 2014, o mundo dos jogos para celular foi abalado pela chegada de um fenômeno inexplicável: o jogo do passarinho Flappy Bird. O fenômeno global foi desenvolvido pelo vietnamita Dong Nguyen, e conquistou o mundo com seu design retrô, e sua jogabilidade simples e ao mesmo tempo desafiadora. A mecânica era basicamente tocar na tela para manter um pequeno pássaro no ar, desviando de canos verdes que apareciam no caminho.

Apesar de ter estourado em popularidade no começo de 2014, o jogo foi oficialmente lançado quase um ano antes, em maio de 2013. Até então, o Flappy Bird era apenas mais um jogo gratuito entre milhares de outros disponíveis nas lojas de aplicativos online. Através do estúdio vietinamita Gears, Nguyen desenvolveu o jogo em alguns dias, com o design do passarinho tendo sido reaproveitado de um outro jogo de 2012.

Com controles extremamente simples, o jogo apresentava uma curva de dificuldade frustrante que desafiava os jogadores a superar suas próprias marcas. Com uma jogabilidade do tipo rolagem lateral e um estilo gráfico que remetia aos clássicos jogos de 8 bits, o Flappy Bird trazia um quê de nostalgia a sua experiência. A união desses fatores fez com que ele se tornasse viciante e, ao mesmo tempo, irritante, já que era ridiculamente fácil morrer nele.

Em janeiro de 2014, o jogo chegou ao topo dos rankings das lojas de aplicativos, e alcançou mais de 50 milhões de downloads. Em entrevista à Rolling Stone na época, Nguyen admitiu que nunca imaginou que o jogo alcançasse a proporção que teve, e que “estava apenas fazendo algo divertido para compartilhar com outras pessoas.”

As redes sociais na época foram tomadas por memes, desafios e reclamações de jogadores que não conseguiam ultrapassar sequer os primeiros obstáculos e fases do jogo. A frustração, claro, fazia parte da experiência. Quanto mais você morria, maior era a vontade de continuar jogando.

Flappy Bird e seu fim repentino

No auge de sua popularidade, Flappy Bird gerava cerca de US$ 50 mil por dia em receitas publicitárias. Mas com a mesma rapidez com que o jogo atingiu o topo, ele desapareceu. Com o crescimento descomunal do jogo, vieram também as críticas e a pressão. Flappy Bird recebeu diversas acusações de plágio, com os usuários apontando semelhanças entre os gráficos e elementos de jogos da franquia Mario, da Nintendo, por exemplo.

Além disso, por conta de sua dificuldade, o jogo também chegou a ser acusado de prejudicar a saúde mental dos jogadores (isso por que na época esse tipo de assunto ainda não era tão discutido). Por conta da sua mecânica simples combinada com seu alto nível de dificuldade, Flappy Bird passou a ser visto por alguns como uma forma de exploração psicológica dos jogadores.

Assim, de forma súbita, em fevereiro de 2014, Nguyen decidiu remover o jogo de todas as lojas de aplicativos. Alegando que o jogo passou a impactar sua vida pessoal, o desenvolvedor contou que o jogo tinha deixado de ser um simples passatempo, e se tornado uma fonte de estresse para ele e os jogadores. Ao anunciar a sua decisão em seu Twitter, os jogadores e usuários correram para as lojas, com 10 milhões de pessoas baixando o jogo em 22 horas. 

Após a remoção das plataformas, o jogo rapidamente se tornou um item de colecionador. Smartphones que ainda possuíam o jogo instalado chegaram a ser vendidos por milhares de dólares em sites como eBay. Além disso, várias cópias e clones surgiram, tentando capturar o mesmo sucesso do jogo original.

Flappy Bird é lembrado hoje como um dos maiores (e mais inexplicáveis) fenômenos da era dos smartphones, provando que não é necessário ter gráficos sofisticados ou mecânicas complexas para conquistar o mundo dos jogos. 

O jogo teve seu retorno anunciado recentemente, apesar do criador do jogo ter negado qualquer tipo de envolvimento com a nova versão.

 

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