Há exatos dez anos, em maio de 2014, a cidade maravilhosa abraçava a chegada da Uber (AndroidiOS) no Brasil. No final de junho, a modelo brasileira Alessandra Ambrosio foi a primeira passageira a estrear uma corrida na terra da garoa. Em seguida, foi a vez da cidade dos botecos, conhecida também como a capital das ladeiras, em setembro. Foi assim que, em menos de cinco meses de atuação no País, a plataforma já estava presente no Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.

10 anos da Uber no Brasil

Alessandra Ambrosio na inauguração dos serviços da Uber em São Paulo em 2014. Imagem: Uber/Reprodução.

Ainda no primeiro mês desde a sua chegada, em 2014, o app já contava com 500 motoristas parceiros e 25 mil usuários no Brasil. A chegada da Uber naquele momento não foi à toa. No mesmo período, o País foi sede de um dos maiores eventos de futebol do mundo: a Copa do Mundo. Foram mais de 60 jogos em doze cidades e o evento atraiu mais de um milhão de turistas. Isso contribuiu para o crescimento e visibilidade do aplicativo.

Operação nas cidades brasileiras

No ano seguinte, o serviço passou a ser disponibilizado em Brasília e Porto Alegre. Foi lançado o Uber X, a modalidade mais popular e acessível do aplicativo. Em abril de 2015, a Justiça de São Paulo determinou a suspensão liminar do aplicativo Uber no Brasil. Uma semana depois, em maio, a liminar foi revogada. No fim de junho, voltou a ser suspensa pela Câmara de São Paulo. Praticamente um ano depois, em maio de 2016, o até então prefeito Fernando Haddad assinou um decreto regularizando a Uber na capital.

Novas capitais brasileiras e cidades do interior passaram a receber o serviço da plataforma neste mesmo ano. A cidade de Campinas, no interior paulista, a Baixada Santista, no litoral paulista. Além disso, a Uber começou a operar em Aracaju, Blumenau, Goiânia, Curitiba, Cuiabá, Fortaleza, Maceió, Joinville, Recife, Salvador, Vitória e tantas outras. No ano seguinte, foi a vez de Belém, Manaus e São Luís, além das cidades da região Sul, como Pelotas.

Os serviços da empresa se consolidaram por todo o território nacional e, em 2016, chegou a todas as capitais. Em meados de 2017, após três anos de operação no País, a empresa celebrou a marca de 500 milhões de viagens. Apenas seis meses depois, a Uber registrou 1 bilhão de viagens realizadas no Brasil.

Serviços da empresa

Em 2017 e nos anos seguintes, a empresa passou a oferecer novas funcionalidades e serviços para os seus usuários. Entre eles, o delivery de alimentos Uber Eats; o compartilhamento de corridas com pessoas que estavam indo para uma região próxima, Uber Pool; ou até um novo aplicativo que foi criado para ser mais leve e suportar mais celulares, conhecido como Uber Lite.

Outro serviço que a companhia chegou a divulgar e testar em 2018, foi o Uber Air – ou Uber Elevate –, um serviço de táxi aéreo. O Brasil era um dos países confirmados como candidatos para o teste. Os outros eram a Austrália, Índia, Japão e França. Os cinco teriam testes da rede aérea de transporte compartilhado que a Uber estava desenvolvendo em conjunto com parceiros da indústria aeronáutica. Apesar da ideia promissora, não foi para frente depois da pandemia da Covid-19.

10 anos da Uber no Brasil

Esboço do projeto da Uber Elevate. Imagem: Uber/Reprodução.

A empresa lançou também uma nova versão do app para integrar mais serviços, como informações de transporte público. Foi disponibilizado um recurso para alertar motoristas e usuários sobre a presença de ciclistas e uma categoria que permitia escolher temperatura do carro e nível de conversa antes da viagem – o Uber Comfort. Com o início do período pandêmico, a Uber também passou a oferecer o Uber Flash, Uber Táxi e Uber Moto.

Cenário atual e vínculos trabalhistas

Temas como meios de segurança passaram a ser mais recorrentes também. E, com a pandemia, foi questionada a falta do vínculo trabalhista. Desde então, isso segue sendo pauta dentro e fora do cenário político.

No início de março de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o Projeto de Lei Complementar para criar uma nova categoria de trabalho, o “trabalhador autônomo por plataforma”. A modalidade não abrange o CLT – não há vínculo empregatício –, porém preserva os direitos e deveres mínimos dos trabalhadores, com direito a pagamento de INSS e remuneração mínima.

“O projeto amplia as proteções desta nova forma de trabalho sem prejuízo da flexibilidade e autonomia inerentes à utilização de aplicativos para geração de renda”, disse a Uber em seu blog. Também pontuou que vai acompanhar a tramitação do texto no Congresso Nacional e permanecerá à disposição para contribuir com o debate.

Para o TST (Tribunal Superior do Trabalho), a Uber seria uma empresa de transporte e não uma plataforma digital. E, por isso, reconheceu vínculo empregatício entre motoristas e empresa.

10 anos da Uber no Brasil

Atualmente, ao completar seus dez anos no Brasil, a companhia conta com mais de 125 milhões de usuários que já utilizaram o app pelo menos uma vez – o que corresponde a cerca de 80% da população adulta brasileira. São mais de 11 bilhões de viagens realizadas, 5 milhões de motoristas e entregadores parceiros que utilizaram o serviço do aplicativo e, no total, a Uber pagou mais de R$ 140 bilhões para os condutores.

 

 

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