A última imagem é a que fica. Nem sempre.

A LG saiu do mercado de celulares em abril de 2021 após ter um prejuízo financeiro de US$ 4,1 bilhões por 15 trimestres consecutivos com essa unidade de negócios. Mas qual foi o último celular da marca? O seu último grande lançamento?

Aquele que mais vem à mente do usuário da empresa foi o LG V50, um handset que de partida vendeu 100 mil unidades na Coreia do Sul. Lançado em 2019, o V50 era a chegada da fabricante na era do 5G. Era a expectativa de voltar a ser uma força significativa, pois a companhia era a principal empresa com patentes de quinta geração.

Além disso, o V50 foi um dos primeiros smartphones com a tecnologia no portfólio de operadoras como EE no Reino Unido e Telstra na Austrália. Mas esta não foi a última aposta da LG no mercado de celulares.

LG Wing

Na verdade, o último smartphone lançado pela fabricante sul-coreana foi o LG Wing, apresentado em setembro de 2020 em sua sede, em Seul, na Coreia do Sul. Esse handset tinha duas telas em T e fazia parte do projeto de inovação da companhia, o Explorer Project. O dispositivo entrou no rol de inovação da sul-coreana, que na década anterior teve modelos modulares e até um com bateria e tela encurvada.

O Wing funcionava em dois modos, o básico que é o uso habitual (vertical) e o modo swivel com a tela principal de 6,8 polegadas na vertical e uma segunda tela de 3,9 polegadas na horizontal. Além disso, a configuração era bem avançada (razoável até para os dias atuais).

O smartphone possuía a plataforma móvel gamer Qualcomm Snapdragon 765G 5G com modem 5G Snapdragon X52. Com 8 GB de RAM e opções de 128 ou 256 GB de armazenamento, o celular tinha uma câmera pop-up frontal 32 MP e conjunto de três câmeras traseiras com 64, 13 e 12 MP. Também foi o primeiro handset a ter um sensor Gimbal para trazer mais estabilidade na captura de imagens.

Apesar dos rumores da saída do mercado de celulares ganharem força em janeiro de 2021, LG fez um último esforço e levou o Wing para a CES nos Estados Unidos, a primeira após a crise da pandemia da Covid-19. Só que três meses depois, a companhia saiu do mercado móvel e os smartphones flagships receberam três atualizações de Android após a data da compra.

Efeitos

Decretado em 5 de abril de 2024, o fim da LG não não é representado pela imagem do seu último smartphone inovador, mas pelo vazio que deixou no mercado, com as demissões de funcionários e as fábricas fechadas, como a unidade em Taubaté, cidade a 132 quilômetros da capital paulista.

Além disso, a saída da LG resultou no aumento da expansão do domínio de seus dois principais rivais no mercado, a Samsung e a Motorola. As duas fabricantes concentram hoje algo próximo de três quartos do mercado nacional, segundo fontes próximas ao tema.

A entrada dos fabricantes chineses, como Xiaomi, Honor, Oppo e realme nos últimos anos ainda não trouxe o efeito esperado de aumento da competição e redução de preços dos dispositivos.

Pelo contrário, os preços dos dispositivos seguem em alta, vide avaliação do IDC em 2024. Como efeito, o mercado cinza cresceu muito nos últimos anos, segundo a Abinee com apoio da IDC.

 

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