O setor de construção civil e o mercado imobiliário pouco avançaram no processo de transformação digital nos últimos anos. Tirando alguns bons exemplos como os aplicativos Quinto Andar e Viva Real, os processos de compra e locação de imóveis ainda são antiquados, em especial a documentação. Para eliminar burocracias, uma empresa de Goiás criou o Facilita, um aplicativo que digitaliza o processo de vendas de imóveis novos e lotes.

“O mercado imobiliário tem processos muito arcaicos, desde o momento em que você faz o contato pelo site de uma construtora até a compra. Hoje, a construção civil tem 10% do PIB nacional e não investiu em tecnologia. Esse mercado ficou muito atrás em comparação a outros setores”, analisa Glauco Farnezi, diretor executivo do Facilita. “Temos uma atuação de 12 anos em marketing de vendas no mercado imobiliário. E nós vimos no app uma oportunidade de deixar o processo de venda mais simplificado”.

Como funciona

O aplicativo pretende simplificar a relação entre construtores (ou loteadores) e os corretores de imóveis (vendedores). Com a solução, os corretores têm acesso ao espelho de vendas de um edifício ou de um terreno, e, assim, podem ver quais unidades foram vendidas, compradas ou reservadas. Há ainda as plantas dos imóveis, fotos, materiais de apoio e vídeos.

No entanto, os principais diferencias do app para os corretores estão nas funções de “última milha”, ou seja, antes da compra. São opções que o vendedor tem para reservar um imóvel ou lote, fazer a proposta do cliente, enviar todos os documentos digitalizados do comprador e, quando a compra for concluída, guardar o contrato no histórico do aplicativo. Com o Facilita, a ideia é que o processo, que pode levar dias, semanas ou até meses, possa ser resolvido em poucas horas.

“O app tem uma parte de gestão com clientes verticais (apartamentos), loteamentos e imobiliárias – em painel web ou app –, e a parte ‘vendas com os corretores’. Esta só tem o aplicativo, pois geralmente não tem acesso a um computador no estande de vendas”, explica o empreendedor em conversa com Mobile Time. “O comprador do imóvel entra só para receber o atendimento e pegar o documento. Ele é apenas meu cliente indireto. Meu cliente direto são as construtoras, loteadoras e imobiliárias”.

Modelo de negócios

Com sede em Goiânia e uma unidade avançada em São Paulo, a empresa Facilita (que dá nome ao app) possui 12 anos de mercado. Por meio de um investimento próprio de R$ 3,5 milhões, Farnezi revela que o app demorou quatro anos para ficar pronto. Desde o seu lançamento oficial, em novembro de 2017, a plataforma imobiliária conseguiu mais de 40 clientes e 15 mil usuários. Seu modelo de negócios é SaaS (Software as Service) e pode ser adaptado às necessidades do cliente. O tíquete médio, por empresa, varia de R$ 1,2 mil e R$ 2 mil.

“Hoje o app é totalmente personalizado. Pode ter CRM ou não. Ter espelho de vendas integrado com ERP ou não, e temos a parceria com os principais ERPs da Construção Civil. Podemos gerar um app white label para ficar nas lojas ou um app para uso interno. Nosso cliente paga um valor mensal do aplicativo por usuário, e inclui suporte, back-office e etc. É um modelo normal de SaaS que varia de acordo com a personalização”, diz o diretor executivo.

Futuro

Entre as funcionalidades que pretende adicionar no Facilita, o empreendedor afirma que pretende melhorar a experiência do usuário para que o gestor de construtora ou loteadora faça toda a gestão no app. Além disso, a empresa pretende “entrar forte” em assinaturas digitais, melhorar a proposta de contrato e fazer mais parcerias com companhias de ERP e Data Storage.

 

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