Uma das tendências atuais no mundo de tecnologia da informação (TI) é o chamado “edge computing”, que consiste em conferir capacidade de processamento de dados na borda das redes, ou seja, mais perto dos usuários, em vez de concentrá-la em servidores na nuvem. Esse movimento começa a acontecer nas redes de operadoras de telefonia móvel, em um processo de descentralização de seus data centers, com a instalação de pequenas centrais de processamento de dados em determinados pontos da rede, entre as torres celulares e o core, para reduzir a latência e melhorar a experiência do usuário. Essa tendência deve ganhar ainda mais força com o 5G e a chegada de uma série de aplicações de Internet das Coisas, prevê o vice-presidente da divisão de TI da Schneider Electric, Luciano Santos. Como consequência, vai aumentar também a demanda das teles por soluções de gerenciamento de energia, pois um data center, ainda que de pequeno porte, requer uma infraestrutura especial, devidamente climatizada e preparada para aguentar situações de emergência, como falta de luz.

“A indústria de telecom precisará de mini-datacenters, mais próximos das aplicações dos usuários, para que a troca de dados ocorra de forma mais veloz, sem ter que subir na nuvem para fazer o processamento. Isso melhora o tempo de resposta na ponta e o usuário acaba tendo uma experiencia mais efetiva”, comenta Santos. Segundo o executivo, esse investimento em pequenos data centers descentralizados já acontece na Ásia e começa a chegar agora ao Brasil, já para atender as redes 4G e 4,5G. “São data centers menores, geralmente de até 50 m2, mas que precisam de toda a infraestrutura de um datacenter tradicional privado”, explica.

Para o vice-presidente da Schneider Electric, a consolidação de grandes data centers para prover serviços básicos na nuvem constituiu uma primeira onda, que já está madura. A nova onda agora é a do edge computing. Além de telecom, outros setores estão investindo nisso, incluindo os de varejo e de saúde, para oferecerem aplicações mais ágeis e eficientes para seus clientes.

“A maior parte do nosso volume de negócios hoje vem da descentralização e do edge computing, não mais da construção de grandes data centers”, afirma. O executivo está otimista em relação a 2019: “A expectativa é positiva para o setor de TI, que geralmente cresce duas vezes mais rápido que a economia normal”.

 

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