Ilustração: La Mandarina Dibujos/Mobile Time
Desde que a Anatel adotou a medida cautelar para reduzir chamadas curtas – aquelas com menos de três segundos – em junho de 2022, houve uma redução de 40% no volume semanal, totalizando 2,5 bilhões de ligações por semana. Antes, o número chegou a 4 bilhões no período de sete dias. Os dados foram apresentados por Cristiana Camarate, superintendente de relações com consumidores da agência, durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 1. “41 bilhões de chamadas deixaram de ser feitas (desde então)”, disse. “Ou seja, cada consumidor deixou de receber cerca de 200 chamadas”, completou. A agência também anunciou o lançamento do site Qual Empresa me Ligou, para que os consumidores pesquisem sobre as companhias que fazem esse tipo de chamada.
Segundo o conselheiro da Anatel, Artur Coimbra, as cautelares têm dado resultados positivos e a maioria das empresas estão tomando medidas para se ajustarem às novas regras, buscando soluções menos abusivas. No entanto, o Brasil está em primeiro lugar no ranking mundial do app Truecaller em chamadas spams nos últimos cinco anos. Apesar de não usar nenhuma métrica específica, “mas já ficaria feliz se o Brasil saísse da liderança do ranking da Truecaller”, disse.
A Anatel também registrou cerca de 2,48 mil ofensas aos critérios e consolidou uma lista das 410 organizações que mais realizaram chamadas curtas entre 30 de outubro e 24 de dezembro de 2022. Ao todo, esses usuários fizeram 9,7 bilhões de chamadas ao longo dos dois meses, sendo 5,8 bilhões curtas, ou seja, com menos de três segundos. Do total de entidades, 123 tiveram as linhas bloqueadas.
A agência também anunciou o lançamento de um site para que o consumidor identifique a empresa que está ligando. Qual Empresa me Ligou já deveria estar no ar, porém, esta publicação não conseguiu acessar o site. Na prática, a pessoa interessada deve inserir o número de telefone e a ferramenta vai apresentar a razão social da empresa e o seu CNPJ. Vale dizer que muitas das empresas são terceirizadas, call centers que prestam serviços para outras companhias.
Solução internacional
Desde 2021 a agência vem estudando a implementação de um sistema internacional de identificação e autenticação de chamadas, o Stir/Shaken. Segundo o conselheiro Arthur Coimbra, a ideia ainda está em análise e em discussão com as operadoras. “Estamos vendo no mundo as melhores práticas para avaliar qual a melhor opção para o Brasil”, disse.
