| Publicada originalmente no Teletime | O mercado de linhas de celular no Brasil encerrou 2022 de forma muito diferente do que quando começou. Com 251,987 milhões de linhas em dezembro, segundo dados da Anatel, foi registrada uma queda de 2,43% no comparativo com 2021. No período, a tendência de crescimento que se apresentava desde o início da pandemia da Covid-19 foi revertida com queda histórica, especialmente depois da consumação da venda da Oi Móvel para a Claro, TIM e Vivo. E, pela primeira vez em nove anos, o 3G ficou menor do que o 2G.
A base total começou o ano com 255,668 milhões de acessos em janeiro, chegando a 261,289 milhões em outubro. Mas em novembro veio o baque mais significativo, com o desligamento de 6,409 milhões de linhas, a maioria em decorrência do desligamento de inativos advindos da Oi Móvel – a Vivo já tinha efetuado essas desconexões em setembro. Assim, após um saldo negativo de 3,680 milhões de acessos, o mercado de serviço móvel pessoal voltou ao patamar de outubro de 2021.
O grande responsável por essa montanha russa foi o 4G, a tecnologia predominante no País. Apesar do crescimento, especialmente desde a liberação da faixa de 3,5 GHz nas capitais a partir de julho, o 5G ainda é restrito a cerca de 2,3% do total de linhas de celular. O 2G e especialmente o 3G mostraram quedas significativas ao longo do período.
A tecnologia que mais caiu foi justamente a WCDMA. Em 12 meses, a base de terceira geração perdeu 4,314 milhões de chips, um recuo de 14,97%. Com isso, o 3G encerrou o ano com 24,497 milhões de acessos, ou seja, menor do que a base 2G – algo que não ocorria desde julho de 2014. A segunda geração totalizou 25,826 milhões de linhas, após uma queda de 5,96%. Ainda assim, as tecnologias WCDMA e GSM representam, juntas, cerca de 20% do total do mercado. Confira abaixo:
4G
Em 2022, a tecnologia LTE foi soberana, com 78% do total, ou 195,908 milhões de linhas. Ainda assim, terminou o ano com queda anual de 0,66%, e de 1,04% no mês (mais de 2 milhões de desconexões).
Todas as grandes operadoras mostraram recuo mensal em dezembro, sendo a maior queda a da Claro, com 932,6 mil desligamentos (1,47% de queda), total de 62,505 milhões de acessos. A TIM caiu 1,20% e encerrou o mês e o ano com 54,982 milhões de linhas. Já a líder, a Vivo, caiu 0,68% e totalizou 72,562 milhões de chips.
Contabilizando como um grupo só, as prestadoras de pequeno porte (PPPs) totalizaram 5,858 milhões de linhas, sendo as únicas a demonstrarem crescimento mensal – de 0,76%. Dentre essas empresas, a maior base é a da Algar Telecom, com 4,338 milhões de acessos (aumento de 0,98%). Destaca-se a queda mensal de 5,88% da Surf Telecom, que somou 718,2 mil chips ao final do ano.
Modalidade
No recorte da modalidade de pagamento, o pós-pago (a Anatel inclui os planos controle neste segmento) se consolidou em 2022 com um total de 140,068 milhões de acessos. Isso quer dizer que, mesmo com as tendências de queda nas tecnologias observadas ao longo do ano, a base aumentou 1,04% (3,567 milhões de adições líquidas).
Por sua vez, o pré-pago caiu 6,46% em 12 meses, ou 7,247 milhões de desligamentos, apesar de ter tido um recuo de pouco mais de 312 mil acessos (0,28%) no mês. Assim, a modalidade encerrou o ano com 111,919 milhões de linhas.