A operadora norte-americana Sprint fechou uma parceria com a Amazon para oferecer aos seus assinantes o serviço de entretenimento Amazon Prime. O serviço poderá ser contratado pela web, pelo telefone ou nas lojas físicas da Sprint. Trata-se do primeiro grande acordo da tele com uma over the top. Em entrevista publicada por este noticiário na última quarta-feira, 30, o CMO da operadora, Roger Solé, havia adiantado que a empresa negociava parcerias com OTTs e apresentava como atrativo a sua extensa malha de 5 mil lojas físicas, o que salta aos olhos das OTTs, cuja presença se restringe ao meio digital.

O Amazon Prime abrange uma vasta variedade de serviços, como acesso a um catálogo de milhares de filmes, vídeos e séries, incluindo conteúdo original e exclusivo da Amazon; armazenamento ilimitado de fotos na nuvem; streaming de música ilimitado, com um catálogo de mais de 1 milhão de faixas; milhares de e-books de graça pela biblioteca do Kindle; 20% de desconto na encomenda de novos jogos de videogame durante pré-vendas na Amazon; acesso a promoções-relâmpago exclusivas da Amazon; e frete grátis em dois dias para qualquer compra na Amazon.

Para o assinante da Sprint, há duas principais diferenças em contratar o Amazon Prime pela operadora, em vez de diretamente no site da Amazon: 1) a cobrança será feita na conta de telefone; 2) a cobrança será mensal, no valor de US$ 10,99, em vez de uma taxa anual de US$ 99. A qualquer momento o serviço pode ser cancelado.

Análise

Solé parece ter levado para o mercado norte-americano um pouco do que desenvolveu com sucesso no Brasil: novos empacotamentos e recortes de cobrança de serviços. Enquanto esteve à frente do marketing da TIM, a operadora foi a pioneira no lançamento da cobrança de serviços por dia no Brasil para usuários pré-pagos, algo que não existia no mercado nacional até então. A realidade nos EUA é diferente, obviamente. Lá, oferecer o Amazon Prime com cobrança por mês é uma novidade que pode agradar a quem deseja começar a experimentar o serviço sem precisar pagar por uma anuidade cheia.

Vale lembrar o que o próprio Solé mencionou na entrevista: nos EUA os serviços de valor adicionado (SVAs) são Uber, Netflix e afins. São todas empresas grandes e que negociam praticamente de igual para igual com as teles. O segredo em uma parceria do gênero é encontrar sinergias, em um modelo em que os dois lados ganhem igualmente. As teles oferecem seu billing e rede de lojas físicas, enquanto as OTTs têm serviços inovadores e conteúdo exclusivo. Nos EUA, praticamente não há mais conteúdo white label, ou seja, com a marca da operadora.

 

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