No começo do ano passado, quando a maioria dos players do mercado de bots ainda estava decidindo como incorporar inteligência artificial generativa em seu portfólio de produtos, a startup Webox.AI entregava seu primeiro projeto comercial com essa tecnologia. A empresa, fundada por sócios com longa experiência na SAP e na NTT Data, se especializou na construção de assistentes virtuais complexos, integrados a sistemas corporativos, e usando IA generativa.

“Somos uma consultoria de IA generativa”, resume o CEO, Bruno Bianchi, em conversa com Mobile Time. Os projetos são feitos sob medida, estudando o negócio e as dores do cliente, e realizando uma integração profunda com seus sistemas. A startup tem um LLM próprio e um orquestrador de LLMs.

Em abril do ano passado, a WeBox.AI implementou o bot da Amar Assist, uma seguradora que vende seguro de vida, plano funerário e previdência privada, com 120 mil vidas protegidas. Foram criados três bots diferentes, com personalidades e objetivos distintos. Um é para situações de emergência, outro é preventivo e o terceiro tira dúvidas sobre previdência privada. Este último consegue responder perguntas complexas, que antes requeriam a participação de advogados. Os três bots operam no WhatsApp e conseguem entender mensagens de áudio e responder também em áudio, sempre usando IA generativa.

Outro case destaque é o da Comexport, uma das maiores empresas brasileiras de importação e exportação, que há 59 anos gerencia cargas enviadas em contêineres em navios pelo mundo inteiro.

“A dor deles era o fuso-horário e o idioma. Seus atendentes só falam português. A empresa sempre sonhou em ter uma equipe de 200 pessoas poliglotas trabalhando 24 horas por dia. Mas qual seria o custo disso?”, relata Bianchi.

A WeBox.AI criou um assistente virtual com IA generativa integrado ao CRM da Comexport capaz de tirar quaisquer dúvidas dos clientes, em qualquer língua, a qualquer hora do dia. “O cliente manda uma pergunta em áudio sobre sua carga e o assistente virtual checa e responde em tempo real”, descreve.

2024, o ano da IA generativa para empresas médias

O executivo aposta que 2024 será o ano em que empresas de porte médio adotarão IA generativa em suas operações, porque conseguem tomar essa decisão estratégica de maneira mais rápida que as grandes. E muitas serão atendidas por startups, como a WeBox.AI, prevê.

“Este será o ano das startups de IA generativa e das empresas médias nacionais. As grandes nem sempre conseguem comprar por causa de compliance”, comenta.

Ilustração no alto: Nik Neves

 

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