[Atualizado às 16h do dia 2 de junho de 2020] A Grow está reduzindo 50% de sua operação no Brasil. Fontes próximas ao tema revelaram uma nova rodada de demissões que foi confirmada pela empresa na tarde desta segunda-feira, 1º. A companhia afirmou que a medida é consequência dos impactos financeiros do novo coronavírus.
“A instabilidade do cenário econômico causado pela pandemia trouxe a emergência da difícil tomada de decisão que implicou no desligamento de grande parte da equipe operacional e corporativa no Brasil”, disse a companhia em comunicado enviado a Mobile Time. “Foi uma decisão difícil, realizada a despeito da ótima performance que os profissionais vinham apresentando no dia a dia da empresa, mas foi a decisão possível nesse momento de pandemia, incertezas e forte crise econômica”.
A Grow explicou que a rodada de demissões acontece apenas no Brasil.
Embora a empresa diga que manterá sua operação com foco na reestruturação e na oferta de novos modelos de negócios no aluguel de patinetes e bicicletas, com o serviço de assinatura do Grin4U, os especialistas que entraram em contato com o Mobile Time acreditam que a empresa seguirá com 30 funcionários “apenas para finalizar a operação”. A empresa nega que está próxima do fim.
“A Grin informa que não procede a informação de que está encerrando suas operações no Brasil. Apesar dos duros impactos e decisões gerados pela paralisação, a empresa segue acreditando que a micromobilidade tem um futuro promissor, e continuará dedicada a sua atuação no país, com foco em um plano de retomada e na estruturação de uma empresa financeiramente sustentável e no desenvolvimento de novos modelos de negócios que melhor se encaixam no cenário pós-pandemia”, disse a Grow em nota. “Um exemplo é o Grin4U, um sistema de aluguel individual e mensal das patinetes e bicicletas, que são opções bastante seguras para evitar contágio do coronavírus, no cenário de reabertura das cidades. O plano é escalar esse modelo, além de retomar faseadamente as atividades core de micromobilidade compartilhada”.
O comunicado da rodada de demissões foi feito aos gestores pela manhã e aos demais funcionários às 13h desta segunda-feira. No informe matinal, a Grow alertou a seus trabalhadores que não tem dinheiro em caixa para pagar a multa rescisória de 40%, como deve ser feita, uma vez que a maioria dos funcionários da Grow estão sob o regime da CLT.
Neste caso, a empresa informou que “passa por uma situação de caixa bastante delicada, mas está estudando todas as formas possíveis de arcar com os encargos trabalhistas dos funcionários demitidos”, mas não confirmou o pagamento da rescisão. A companhia disse que manterá o seguro saúde dos funcionários por seis meses, oferecerá cestas básicas, cartas de recomendação e auxílio e assistência na busca de novos empregos.
Percalços
Controladora das marcas Grin e Yellow, a Grow está com dificuldades financeiras desde antes da crise pandêmica. Apenas em 2020:
– A empresa fechou a operação em 14 cidades brasileiras e passou a focar apenas no Rio de Janeiro, em São Paulo e Curitiba;
– Encerrou o aluguel direto de bicicletas e focou apenas no aluguel de patinetes;
– Foi vendida para o investidor Felipe Henriquez Meyer, empresa que controla diversas startups latino-americanas, como o Peixe Urbano;
– E suspendeu temporariamente sua operação por conta das regras de distanciamento social do novo coronavírus;