A Apple optou por deslocar parte da produção de iPads da China para o Vietnã. O motivo são os rígidos controles contra a Covid-19 que Pequim implementou em Xangai e arredores, levando meses de interrupções na cadeia de suprimentos. A apuração é do site Nikkei Asia.
O iPad se tornará a segunda maior linha de produtos da Apple fabricados no país do Sudeste Asiático, seguindo a série de fones de ouvido AirPods. A medida faz parte dos esforços da norte-americana em diversificar sua cadeia de suprimentos.
Vale dizer que a Apple vendeu 58 milhões de iPads no ano passado, com a grande maioria dos fornecedores do dispositivo concentrados na China.
No entanto, durante conferência com analistas de mercado sobre a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2022, Luca Maestri, CFO da Apple comentou que prevê um recuo financeiro entre US$ 4 bilhões e US$ 8 bilhões no próximo trimestre pelas dificuldades na cadeia de suprimentos na Ásia e pela invasão da Rússia na Ucrânia.
A chinesa BYD, uma das principais montadoras de iPads, ajudou a Apple a construir linhas de produção no Vietnã e em breve poderá começar a produzir um pequeno número de tablets lá, disseram pessoas com conhecimento do assunto ao site de notícias asiático.
Em janeiro do ano passado, o mesmo site já havia dito que a Apple estaria interessada em levar para fora da China a montagem de iPads. Mas o aumento do número de casos do Novo Coronavírus no Vietnã fez a Apple adiar os planos.
Preocupações com o futuro
A Apple também pediu a vários de seus fornecedores de componentes que aumentem seus estoques para se proteger contra futuras faltas e problemas de fornecimento, disseram fontes.
A Apple estaria pedindo aos fornecedores fora das áreas afetadas pelo bloqueio que aumentassem seus estoques para garantir a continuidade do fornecimento nos próximos meses. Os pedidos se aplicariam não somente aos iPads, mas a todas as linhas de produtos da empresa – iPhones, AirPods e MacBooks – disseram as fontes.
Idealmente, a empresa espera que esses fornecedores possam preparar componentes adicionais suficientes para compensar totalmente a quantidade feita por aqueles em Xangai e províncias próximas, como Jiangsu, onde o risco de interrupção da cadeia de suprimentos é maior, apurou o Nikkei Asia.