A realidade holográfica será o próximo passo para as indústrias de realidade estendida. É o que acredita Xuan Zhu, engenheiro-chefe de soluções integradas da ZTE. O executivo abordou o tema em sua palestra sobre XR no MWC 2021, em Barcelona, na última quarta-feira (30). Mas essa tecnologia depende de infraestrutura da rede de telecomunicações como largura de banda e latência mínima. E, como os desafios ainda são muitos, a ZTE criou um laboratório de holografia 5G em sua sede.
Zhu citou três exemplos de casos de uso para a tecnologia: reuniões, onde será possível conversar com uma pessoa como se ela estivesse presente; em estádios esportivos, onde o público pode ficar virtualmente em um acento privilegiado na arena sem estar presente; e na área da saúde, onde um órgão humano pode ser visualizado holograficamente de todos os ângulos e tocado. Há ainda a possibilidade de se comprar uma peça de roupa online e sentir o tipo de tecido.
O executivo comentou também que é possível: oferecer hologramas em tamanho real, como a recriação de um lançamento de um foguete; a possibilidade de adicionar uma “habilidade” em um monitor em apresentar um holograma em 3D na tela; e também criar objetos em 3D e manipulá-lo com gestos no ar, sem a necessidade de um dispositivo. “Não precisamos usar um handset ou um capacete, mas podemos usar tecnologias visíveis 3D a olho nu”, explicou. Quanto a essa possibilidade de visualizar imagens em 3D sem precisar de um suporte para os olhos, a exibição por meio de um display “naked-eye 3D” requer tecnologias como a de barreira paralaxe 3D, tecnologia de lente cilíndrica, tecnologia de luz de fundo direcional e tecnologia de exibição multicamadas. Ou seja, já é possível viver cenas como a da Princesa Lea, em Star Wars, pedindo ajuda a Obi-Wan-Kenobi usando o robô R2D2 como suporte para sua imagem holográfica e sem a necessidade de um equipamento específico para os olhos.
Se isso já é viável, o próximo passo será teletransportar todos os sentidos humanos, além da visão e da audição, para a holografia. Zhu não explicou como isso poderia ser feito, mas afirmou que as indústrias precisarão da ajuda da infraestrutura de rede 5G. “A realidade virtual oferece soluções realísticas para visão e audição. Arquitetos de rede estão estudando a possibilidade de transformar a informação em uma sensação tátil por meio das redes de telecomunicações”, disse.
De acordo com o executivo, para se chegar ao chamado 5D, “precisaremos de conectividade ultrarresponsiva, ultracapacidade de conectividade e que seja ultraconfiável. E os ‘sense datas’ estarão codificados em pacotes, para transmissão. Precisaremos também de nuvens distribuídas para reduzir a latência. Zhu chama de “sense datas” os dados dos sentidos humanos.
Com a arquitetura do 5G mais na nuvem, será possível fazer a realidade estendida expandir seus negócios de maneira mais eficiente, seja no entretenimento, na educação, em viagens e na indústria. Como as informações estarão na cloud, os dispositivos que funcionarão como terminais para a holografia estendida não precisarão de recursos excessivos de inteligência artificial. “Desse modo, os terminais de XR serão aceitos e usados de uma forma mais ampla pelos usuários e com um custo baixo”, afirmou o executivo da ZTE.
Graças ao 5G e ao Wi-Fi 6, os cabos conectados aos terminais podem ser removidos, transformando o holograma em algo ainda mais parecido com a ‘vida real’, disse o executivo.
As indústrias, no entanto, vêm enfrentando alguns desafios para a implementação da holografia estendida. Entre eles estão o alto custo de centros dedicados ao uso.
A plataforma de nuvem de XR da ZTE está aberta a parceiros que proveem diferentes aplicações. Esses parceiros podem ser integrados à solução da empresa por meio de SDK ou APIs.