A associação global de fornecedores GSA divulgou nesta quarta-feira, 1, levantamento de espectro e leilões envolvendo a quinta geração de rede móvel, a 5G, ou IMT-2020. Em seu relatório, a entidade encontrou 42 países ou territórios “formalmente considerando” alocar espectro para serviços 5G terrestres, abrindo consultas para analisar as frequências adequadas, reservando banda para 5G, divulgando planos de leilões, ou já com faixas destinadas para a quinta geração. Outras 15 nações estão “tomando tais iniciativas em relação a espectro, mas não especificamente alocadas para 5G”.

De acordo com a entidade, pelo menos 89 leilões relevantes para a 5G e considerando diferentes bandas de espectro deverão acontecer em 2018. Mais 28 acontecerão entre 2019 e 2021.

O relatório indica que algumas frequências são mais populares, com “centros de atividades claras em volta das faixas de 700 MHz, 3.400 a 3.800 MHz e de 24 a 29,5 GHz”. O gráfico abaixo mostra a quantidade de países considerando as respectivas faixas, embora algumas delas sejam de forma neutra e possam ser utilizadas para outras tecnologias móveis além da 5G, como o LTE.

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Brasil

No Brasil, a GSA destaca que a Anatel considera rever as regulações para a banda de 3.400 a 3.600 MHz para uso em serviços terrestres em coexistência com aplicações de satélite (banda C) em bandas adjacentes, sendo a primeira faixa destinada à 5G. Há o problema de interferência com TVROs, caso que está sendo analisado atualmente pela agência.

O regulador ainda publicou resolução abrindo 100 MHz de espectro na banda de 2.300 a 2.400 MHz e “planeja leiloar a banda de 700 MHz e de 3.400 a 3.600 MHz em 2019”, algo sinalizado pelo conselheiro Leonardo Euler de Morais, embora seja apenas uma intenção. Parte da faixa de 2.500 a 2.690 MHz também poderão ser disponibilizadas, afirma a GSA, que lembra que todas essas frequências serão leiloadas de forma tecnologicamente neutra.

Por região

Nas Américas, o relatório constata que os Estados Unidos têm dedicado espectro de forma neutra tecnologicamente, incluindo na faixa de 600 MHz e em 2,5 GHz. Além disso, confirmou direitos de uso em 28 GHz (27,5 a 28,35 GHz) e 39 GHz (37 a 40 GHz) para 5G há alguns anos. Países como Brasil, Colômbia, El Salvador, México e os EUA estão planejando leilões ou alocações de espectro para serviços 5G, enquanto Argentina e Chile consideram opções. O Canadá anunciou o licenciamento da faixa de 600 MHz também de forma neutra.

Considerando a Europa, quatro países já completaram leilões de espectro para a quinta geração (Irlanda, Letônia, Espanha e Reino Unido) e outros três (Alemanha, Grécia e Noruega) recentemente finalizaram certames de frequências que “poderiam ser usadas” para 5G. Entre este ano e 2020, dez países europeus confirmaram leilões 5G (Áustria, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Itália, Holanda, Romênia, Suécia e Suíça), além de três (Noruega, Eslováquia e Suíça) planejando editais com bandas potencialmente adequadas.

Na Ásia/Pacífico, há leilões confirmados em seis territórios (Austrália, China, Hong Kong, Malásia, Japão e Coreia do Sul). Em junho, a Coreia completou o leilão de espectro entre 3,42 GHz e 3,7 GHz e 26,5 GHz a 28,9 GHz. Tailândia, Nova Zelândia e Cingapura começaram consultas para alocar bandas em ondas milimétricas (mmWave). Na África e Oriente Médio, a Arábia Saudita recentemente concluiu leilão de frequências em potencial, enquanto a Tanzânia disponibilizou faixa de 700 MHz para serviços de TIC, e a África do Sul planeja um certame com espectro em 800 MHz para serviços móveis.

Faixas

Grande parte das bandas de 450 MHz a 6 GHz é com a modulação FDD, embora muitas sejam em TDD e algumas em modo suplementar de downlink (SDL) e uplink (SUL). Já nas faixas de 24,5 GHz a 52,6 GHz (tabela 3), todas as modulações constam como FDD.

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Além dessas, há uma quantidade de bandas sendo considerada por reguladores, mas que ainda não eram consideradas nas especificações do 3GPP, tais quais: de 5.925 MHz a 7.150 MHz, considerada nos Estados Unidos; nos países da Conferência de Administrações Postais e de Telecomunicações (CEPT) de 5.925 MHz a 6.425 MHz para uso não licenciado; e de 64 GHz a 68 GHz. A entidade nota que as faixas de 66 a 76 GHz e de 81 a 86 GHz estão em estudo na UIT-R para possível aplicação no IMT-2020, a ser decidido na conferência mundial de radiofrequência em 2019 (WRC-19).

 

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