Esperar o 5G no campo seria perder tempo. É o que acredita Ana Helena de Andrade, presidente da Conectar AGRO. Durante sua apresentação no Congresso Brasileiro do Agronegócio 2022, nesta segunda-feira, 1, a executiva explicou que uma torre 4G é capaz de conectar o equivalente a 35 mil hectares. No entanto, para cobrir a mesma área com a tecnologia móvel de quinta geração, com a frequência de 3,5 GHz, seriam necessárias sete torres.
“Para uma área produtiva significa perda de espaço. Deixa-se de ter áreas contínuas de produtividade para se ter interrupções de infraestrutura”, diz. Andrade lembrou, no entanto, que a chegada do 5G vai viabilizar o 4G nas áreas rurais. “Pela primeira vez, o leilão de concessão de uso dessa frequência (5G) colocou como contrapartida que o campo seja conectado, mas com a 4G, em 700 MHz. Exatamente a frequência que a Conectar AGRO está trabalhando há três anos para que seja cada vez mais uma realidade para o agricultor”.
Andrade disse ainda que o 5G será fundamental para as grandes cidades por conta da latência, mas para o campo ainda não existe a demanda de baixíssima latência.
“Tenho muita preocupação de que qualquer investimento em 4G em 700 MHz não seja viabilizado rapidamente na expectativa de que, no futuro, teremos o 5G (no campo). Temos a história da introdução das telecomunicações e o 4G não chegou no campo. Esperar o 5G é um risco para a implementação da tecnologia digital, da Internet das Coisas e do ganho de produtividade e de competitividade”, completou.
Ainda em sua participação no evento online, Andrade lembrou que o agronegócio corresponde a cerca de 25% do PIB brasileiro, mas apenas 15% das áreas rurais estão conectadas.