A tecnologia digital pode ser uma aliada dos professores no processo educacional. Mas como encontrar bons conteúdos digitais para aplicar em sala de aula diante da infinidade de opções disponíveis na Internet e em lojas de aplicativos? Para auxiliar os profissionais de educação, foi criada nos EUA o Graphite, um site colaborativo para recomendação de apps, jogos e sites educativos.

O projeto está no ar desde julho e foi desenvolvido pela Common Sense Media, uma organização sem fins lucrativos cujo objetivo é estimular uma relação saudável entre educação e tecnologia. Educadores que fazem parte da entidade realizam uma constante triagem de apps, sites e jogos digitais, selecionando os melhores e mais apropriados para uso em sala de aula. O foco são ferramentas pedagógicas para crianças de dois a doze anos. Os conteúdos são classificados de acordo com a série e com a matéria (língua, matemática, ciências, estudos sociais, artes e hobbies). Também é possível filtrar por tipo (app, game ou site), por preço (gratuito, gratuito para teste ou pago) e, no caso dos apps, por plataforma tecnológica (iPhone, iPad, iPod Touch, Android, Kindle Fire e Nook HD). Entre os apps, há 278 títulos selecionados até o momento.

Para cada conteúdo é feita uma resenha por um profissional de educação membro do Common Sense Media. A avaliação leva em conta três critérios: o engajamento dos alunos; a qualidade pedagógica do conteúdo; e o suporte para professores e estudantes. É dada uma nota de zero a cinco para cada título. O avaliador informa também quais os temas abordados e quais são as habilidades estimuladas com aquela ferramenta.

Qualquer professor da rede de ensino norte-americana pode se cadastrar no Graphite para sugerir ferramentas a serem resenhadas e também para escrever notas de campo sobre a utilização dos conteúdos. Há mais de 1.350 professores cadastrados até agora."Graphite é uma plataforma de professores para professores", resume Mike Lorion, gerente geral de educação da Common Sense Media, que apresentou o projeto durante a conferência Uplinq 2013, no mês passado, em San Diego.

Análise

Será cada vez mais comum o surgimento de projetos como o Graphite, em que um grupo de especialistas em determinado assunto promove uma seleção dos melhores apps relacionados ao tema. A tarefa ganha relevância conforme crescem os catálogos das lojas de aplicativos App Store e Google Play, hoje com cerca de 1 milhão de títulos cada. Embora essas lojas dividam seus conteúdos por categorias e permitam a busca por palavras-chave, o público sente falta de uma opinião independente de alguém com experiência no tema. Os rankings e os comentários de terceiros ajudam, mas nem sempre são suficientes. Falta um trabalho de curadoria.

No Brasil, um exemplo recente é o guia de aplicativos do governo federal, noticiado semana passada por  MOBILE TIME.

 

 

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