As eleições presidenciais serviram de inspiração para dezenas de desenvolvedores móveis brasileiros de pequeno, médio e grande porte. Em um levantamento, MOBILE TIME identificou cerca de 40 títulos diferentes de aplicativos utilitários relacionados às eleições deste ano para os sistemas operacionais Android e iOS. Em um cálculo conservador, considerando as informações disponibilizadas pela Google Play, pode-se estimar que esses aplicativos somaram mais de 250 mil downloads ao longo desses três meses de processo eleitoral. Cabe ressaltar que não estão computados os aplicativos de candidatos e partidos, e nem jogos que zombam dos políticos – essas duas categorias foram temas de matérias anteriores deste noticiário.

Muitos desenvolvedores de pequeno porte, alguns deles pessoas físicas, enxergaram nas eleições uma oportunidade para chamar a atenção para seu trabalho. Todavia, poucos tiveram ideias criativas ou conseguiram melhorar a execução de algo que já existia. Há, por exemplo, vários apps de "cola digital" ou que trazem dados sobre os candidatos simplesmente importados do banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A maioria desses apps ficou na casa das centenas de downloads. Há exceções, cabe ressaltar. Uma delas foi o "Voto X Veto", que promove uma espécie de teste de compatibilidade política entre o eleitor e os candidatos à presidência e aos governos estaduais, por meio da apresentação de pedaços de seus programas de governo. Antes de revelar a autoria, o app solicita que o usuário marque se concorda ou discorda da ideia (se vota ou veta), e assim vai construindo um ranking dos candidatos com os quais aquele eleitor tem maior afinidade. "Voto X Veto" chamou a atenção da mídia especializada (incluindo este noticiário, que publicou uma resenha sobre ele) e superou a barreira dos 50 mil downloads na Google Play.

Alguns apostaram em pesquisa independentes através dos aplicativos. Nessa categoria, um dos destaques é o "Boca de Urna", da WBF, que conseguiu passar dos 10 mil downloads na loja do Google. Cabe lembrar que essas pesquisas realizadas nos apps não têm validade estatística. Se dependesse dos eleitores do "Boca de Urna", por exemplo, o segundo turno seria entre Aécio Neves e Marina Silva, enquanto a presidenta Dilma amargaria um terceiro lugar com apenas 10% dos votos no primeiro turno, de acordo com o placar mais recente.

Apps oficiais

Há também títulos criados por órgãos governamentais e empresas de grande porte. A Justiça Eleitoral oferece três apps de qualidade: um com os dados oficiais de todos os candidatos destas eleições; outro para a busca do local de votação; e, por fim, um para acompanhamento da contagem de votos. Os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) do Espírito Santo e do Mato Grosso, por sua vez, inovaram com a oferta de aplicativos que servem como um canal para que o cidadão denuncie irregularidades eleitorais, como compra de voto e propaganda em locais proibidos.

Entre os meios de comunicação, o UOL foi um dos poucos que apostou em um aplicativo exclusivo sobre o tema, o "UOL Eleições", com as últimas notícias e pesquisas sobre o pleito. Outro foi a Rede Vitória, grupo de comunicação do Espírito Santo, que desenvolveu um aplicativo de segunda tela para as eleições estaduais deste ano cujo objetivo foi criar um espaço de interação com sua audiência durante a transmissão de debates e sabatinas com candidatos. Por fim, o Ibope disponibilizou um aplicativo oficial no qual informa os resultados de todas as suas pesquisas públicas da campanha deste ano.

Muitos dos aplicativos aqui citados mereceram resenhas em MOBILE TIME ao longo das últimas semanas. Confira em nossa seção de testes de aplicativos, a TAPPS!.

 

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