Uma das maiores dificuldades para gestores de frotas de veículos é garantir que seus motoristas dirijam de forma segura, o que evita multas e preserva a imagem da empresa. Uma solução brasileira tem ajudado nessa tarefa ao combinar videotelemetria e reconhecimento de imagem com inteligência artificial (IA). Trata-se da Cobli Cam, desenvolvida pela Cobli, uma fleet tech nacional que já levantou US$ 350 milhões em rodadas de investimento das quais participaram Softbank, Qualcomm Ventures e outros investidores de peso. 

A solução consiste na instalação de duas câmeras dentro de cada veículo. Uma filma o ambiente externo e outra registra o comportamento do motorista. O software que analisa as imagens roda localmente, dentro do equipamento. Com IA, ele é capaz de identificar eventos de risco, como a distração do motorista, proximidade demasiada em relação ao carro da frente, freadas bruscas, alta velocidade etc. Se o condutor falar ao celular enquanto dirige, o equipamento disparo um alerta sonoro, por exemplo. 

Cada empresa pode configurar os eventos que deseja monitorar. As ocorrências ficam gravadas no equipamento, junto com as imagens gravadas pelas câmeras. Notificações são enviadas aos gestores, via rede 4G.

Lucas Furtado

Lucas Furtado, da Cobli, diz que a segurança é o principal motivador para a contratação da solução

”A segurança é o principal motivador para a contração da Cobli Cam. A gente protege a vida do colaborador e a vida de quem está ao redor dele. Conseguimos isso ao monitorar o comportamento do motorista para evitar sinistros”, comenta Lucas Furtado, diretor de key accounts da Cobli, em conversa com Mobile Time. Há também ganhos com aumento de produtividade, redução no consumo de combustível e diminuição de perdas com multas e manutenção dos veículos, acrescenta o executivo.

Números

A Cobli também vende uma solução tradicional de telemetria, que coleta dados diretamente do veículo, incluindo sua localização, com transmissão para os gestores pela rede celular. 

Atualmente a empresa tem suas soluções instaladas em 100 mil veículos de 5 mil clientes corporativos. Esse número inclui veículos leves, veículos pesados e maquinário. A meta da Cobli é quintuplicar a sua base até 2026, quando espera alcançar 500 mil veículos monitorados. E a ideia é que boa parte deles tenham a videotelemetria: hoje, cerca de metade dos novos clientes contratam esse serviço.

A Cobli aposta em um crescimento orgânico no Brasil, onde a penetração da telemetria veicular ainda é baixa. Estima-se que no máximo 25% da frota nacional utilize telemetria, enquanto em mercados mais maduros essa proporção chega a 60%, diz Furtado. 

 

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