Depois de muitos testes, parece que agora falta pouco para o lançamento comercial no Brasil dos primeiros serviços de pagamento através de celulares dotados da tecnologia Near Field Communicatons (NFC), que permite a comunicação por aproximação. Segundo Marcelo Sarralha, diretor de produtos da Visa no Brasil, todos os elos da indústria estão se movendo conjuntamente nesse sentido, a saber: bancos, redes de adquirência, bandeiras de cartão de crédito, operadoras de telefonia e fabricantes de terminais e de SIMcards. "Não estamos mais em fase de teste piloto", disse Sarralha. O próximo passo, de acordo com o executivo, é o lançamento comercial. Ele preferiu não arriscar uma previsão, mas é provável que os brasileiros verão os primeiros serviços desse tipo lançados em meados de 2012, prevêem fontes do mercado.

No que diz respeito à tecnologia no celular, a Visa aposta suas fichas em duas possibilidades: o uso de smartphones com NFC (já existem alguns modelos disponíveis no País, como os novos BlackBerry Curve e Bold) ou o uso de um cartão microSD com NFC embutido (o que tornaria qualquer smartphone com entrada para microSD capaz de utilizar os serviços). Para a primeira opção, será necessário também trocar os SIMcards por uma versão com um elemento seguro. De acordo com Sarralha, fabricantes locais de chips estão preparados para produzi-los e alguns modelos já até foram homologados por operadoras brasileiras. Uma terceira opção, que seria a de um SIMcard com antena NFC acoplada, é considerada por Sarralha pouco propensa ao sucesso porque não encaixa com perfeição dentro de muitos aparelhos.

Do lado dos bancos, pelo menos quatro grandes instituições estão prontas tecnicamente para trabalhar com NFC. É provável que os bancos trabalhem tanto com a oferta de NFC no cartão de plástico quanto no celular, pois não faria diferença do ponto de vista técnico para eles, enquanto emissores. "Recomendamos aos bancos que trabalhem com as duas opções, deixando ao portador decidir a sua preferência", disse o diretor da Visa. Quanto às teles, o executivo entende que a receptividade é a melhor possível, porque poderão vender seus próprios serviços por dentro do celular. A empresa de cartões de crédito, por sua vez, está pronta. Sua solução de NFC tem até nome comercial: Visa payWave.

O pedaço que falta nessa equação são as redes de adquirência, que precisam trocar suas máquinas de captação das transações por modelos compatíveis com NFC. O diretor da Visa acredita que isso acontecerá de maneira gradual, com prioridade para aqueles estabelecimentos comerciais onde há grande volume de vendas com valores baixos, de até US$ 25 (esse é o valor usado nos EUA para permitir compras com NFC sem a necessidade de senha).

 

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