Em um ano, houve um aumento generalizado da desconfiança dos consumidores brasileiros para com a gestão de seus dados pessoais por empresas e instituições de seis setores monitorados pela pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre biometria digital e senhas: bancos; operadoras de telefonia; distribuidoras de energia; órgãos governamentais; redes sociais; e comércio eletrônico. Em uma escala de 1 a 5, a proporção de entrevistados que deram a nota mínima (1), que significa “desconfio completamente”, aumentou em todos os setores verificados.
O maior crescimento da desconfiança aconteceu em relação às redes sociais: passou de 9% para 30% os brasileiros que desconfiam completamente delas na gestão de seus dados pessoais, 21 pontos percentuais a mais. Operadoras de telefonia (+18 pps), comércio eletrônico (+17 pps), órgãos governamentais (+12 pps) e distribuidoras de energia (+10 pps) também registraram significativos aumentos da desconfiança.
Os bancos ainda são o segmento no qual os brasileiros mais confiam na gestão de seus dados pessoais. Mas até eles sofreram uma queda de aprovação nesse aspecto de um ano para cá. Nesse período, subiu de 2% para 10% a proporção de brasileiros que desconfiam completamente da forma como os bancos cuidam dos seus dados pessoais. A perda de confiança coincide com a chegada do Open Finance e pode estar relacionada a uma má compreensão do público sobre as regras de compartilhamento de dados entre instituições financeiras.
Em apenas dois segmentos o público que confia é maior que aquele que desconfia: bancos e órgãos governamentais. Há mais gente que confia (49%) do que desconfia (21%) dos bancos em gestão de dados pessoais. No caso de órgão governamentais, há um empate técnico: 34% confiam e 33% desconfiam. Para esse cálculo, notas 1 e 2 representam os desconfiados e 4 e 5, os confiantes. A nota 3 foi considerada neutra.
Pela primeira vez o segmento de seguradoras foi incluído na pesquisa, por isso, não é possível comparar com o ano passado. Seu grau de confiança está bem próximo àquele apresentado pelo público em relação às distribuidoras de energia. A desconfiança é ligeiramente maior que a confiança, situação que pode ser considerada positiva quando analisados outros setores que sofrem de uma desconfiança ampla, como redes sociais, sites de e-commerce e teles.
Foram entrevistados 2.317 brasileiros que acessam a Internet e possuem smartphone. As entrevistas foram feitas on-line entre 11 e 20 de outubro de 2023. Esta pesquisa tem validade estatística, com margem de erro de 2 pontos percentuais e grau de confiança de 95%. O relatório integral pode ser baixado aqui.