Após o Banco Central entregar soluções voltadas ao Pix e do open finance, preparar a internacionalização das soluções existentes e o Drex (Real Digital), a inteligência artificial e a monetização de dados são as próximas evoluções na agenda do regulador. É o que afirmou Roberto Campos Neto, presidente do BC, em evento do balanço das instituições financeiras ligadas à Febraban nesta sexta-feira, 1.
Segundo Campos Neto, a ideia é usar IA e monetização após avançar com as outras etapas da agenda. Atualmente, a agenda do BC é dividida em quatro “bloquinhos” e está nos seguintes estágios:
No Pix, Campos Neto afirmou que o País chegou a 175 milhões de transações por dia e que está encaminhando para “uma operação financeira por pessoa bancarizada por dia”, em um ritmo acima da Índia, que tem o sistema de pagamentos instantâneos desde 2016. Afirmou que a solução permite inserir funcionalidades, como produto de pagamento automático e programação de pagamentos. “O Pix sai do tema de ser apenas pagamento instantâneo para um tema que é programabilidade de dinheiro”.
Para o regulador do BC, o sistema financeiro aberto gera uma dinâmica com uma trilha maior de confiança e comparação em tempo real, com o cliente escolhendo o produto/serviço financeiro, além de educação financeira e a competição, que muda a dinâmica com a disputa por principalidade dos consumidores e oferta em marketplaces.
- Internacionalização
Neste terceiro ponto, sobre a melhora dos pagamentos transfronteiriços, Campos Neto afirmou que precisa de uma “conectividade no dinheiro digital” mais eficiente globalmente. Explicou ainda que tecnologia e liquidação não são mais barreiras, mas há um entrave nas questões legais por conta de diferentes regras de tributação, câmbio e combate à lavagem de dinheiro. Para resolver essas questões, o BC brasileiro e o seu par italiano têm no G20 a missão de entregar uma “taxonomia global de pagamentos transfronteiriços”.
Na digitalização do real, afirmou que o Drex tem um desafio estratégico grande, pois não há solução global similar àquela que o Banco Central brasileiro está criando, em especial com relação à escalabilidade e privacidade, que são os desafios dos testes que estão em curso.
Campos Neto, afirmou que após integrar os quatro blocos, o próximo passo é o uso da inteligência artificial dentro desse ambiente financeiro para “melhorar a vida das pessoas, colocar educação financeira, além de aprimorar o fluxo de pagamentos”. Em seguida, vem a monetização de dados, uma vez que os usuários vão gerar “muitas informações financeiras” para gerar monetização.
Imagem principal: Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)