O fechamento de grandes livrarias em 2020 balançou o mercado editorial. Com a perda de pontos de vendas dos livros impressos, as editoras tiveram que correr atrás de novos modelos de negócios. Segundo Mauro Palermo, diretor da Globo Livros, o principal deles – e mais rentável – foi a parceria com operadoras de celular, que passaram a distribuir e-books aos seus assinantes.
“O momento acabou se tornando uma oportunidade. A parceria com as operadoras aumentou nossa distribuição em 2020”, afirmou Palermo durante o segundo painel do Mobieditorial, evento online promovido pelo Mobile Time na terça-feira, 2. “Nada é mais capilar e democrático do que telefone celular. Você ter esta distribuição patrocinada pelas operadoras é genial, quando o usuário não paga. Este é um caminho que nos ajudou muito. Nosso país é carente de leitura, precisamos impulsionar isso”, completou.
Marina Pastore, gerente de projetos digitais da Companhia das Letras, também enxergou esta parceria com operadoras de celular como um novo canal, mas lembrou que o fechamento das livrarias também afetou o segmento digital, não apenas o impresso. De acordo com Roberta Machado, vice-presidente do Grupo Record, as livrarias Saraiva e Cultura, que foram fechadas, representavam 30% dos seus canais de distribuição. Para fechar a conta, a editora contou com os livros digitais, e também acredita numa possibilidade de streaming no futuro. “Precisamos ter isso como uma estratégia. Achamos interessante, pode ser um pulo inicial para alguns livros, uma força. O streaming pode democratizar a leitura e o olhar da Record para isso é positivo”, disse.
Luciana Cardoso, CPO do Estadão, enxerga nas bancas virtuais uma ótima saída para o fechamento das bancas físicas. “Este modelo fortalece a marca e faz com que estejamos onde o usuário está. As bancas virtuais são muito mais uma oportunidade do que um risco”.