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A pandemia de Covid 19 fechou portas para diversos segmentos da economia. Entretanto, para o mercado editorial, a janela digital não só foi aberta como foi escancarada. Representantes de editoras do Brasil afirmaram que, no auge da pandemia, entre os meses de abril e junho de 2020, a venda de e-books e audio books chegou a representar de 20% a 30% de seu faturamento bruto. As declarações aconteceram durante o segundo painel do Mobieditorial, evento online promovido pelo Mobile Time nesta terça-feira, 2.

“Durante estes meses, parecia perigoso receber pacotes de livros em casa, por isso houve um aumento do consumo do digital, uma migração do impresso para o digital. Em julho, este pico diminuiu porque as pessoas entenderam que não vão se contaminar com o papel. Então houve uma retração. Terminamos 2020 com 11% da nossa receita vindo de livros digitais. Em 2019, este número foi de 6%”, afirmou Mauro Palermo, diretor da Globo Livros.

Luciana Cardoso, CPO do Estadão, disse que, no caso do jornal digital, este pico durou o ano inteiro por conta da chegada das eleições municipais de 2020. “Em abril e maio, registramos um crescimento de 20% a 30%. Não saímos do pico, conseguimos manter a taxa de crescimento elevada, com crescimento de mercado. Em volumes de assinaturas já superamos a marca do impresso: 55% dos assinantes são digitais. Temos mais de 30 milhões de usuários acessando as plataformas”, informou.

A Companhia das Letras também conseguiu manter o patamar alto de vendas digitais mesmo depois do auge da pandemia. De acordo com Marina Pastore, gerente de projetos digitais da editora, o período da pandemia possibilitou o lançamento de títulos digitais que tiveram que ser adiados no formato impresso. “Hoje estamos num patamar digital muito maior do que em 2019. Nosso medo era que voltasse atrás, mas parece que vai se sustentar”, disse.

Na Record, os produtos digitais cresceram mais de 50% em abril e maio principalmente, segundo Roberta Machado, vice-presidente do grupo. Os números fizeram com que a editora acelerasse a conversão digital e, por acreditar no segmento, hoje conta, inclusive, com estúdio próprio e narrador para gravação de audiobooks.

No segmento das editoras de pequeno e médio porte, Lizandra Magon, vice-presidente da Libre e sócia-fundadora da Jandaíra, afirmou que suas vendas digitais contaram com um fator a mais de crescimento: a morte trágica do norte-americano George Floyd, que desencadeou uma onda antirracismo no mundo inteiro. “Vimos um impacto imediato nas nossas vendas, que tem diversos títulos e autores que carregam essa temática. A partir daí o digital chegou a 20% do nosso faturamento bruto. Hoje está em 8%”, relatou.

 

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