Uma nova geração de óculos de realidade aumentada (AR, na sigla em inglês) está sendo desenvolvida para que seus componentes possam ser integrados em armações com o mesmo design de óculos comuns de hoje em dia usados para miopia, hipermetropia ou outras deficiências visuais.
“Se os óculos de AR não forem como óculos normais, as pessoas não vão usar”, alertou Edward Tang, CEO e fundador da Avegant, empresa norte-americana que desenvolve projetores miniaturizados para serem acoplados em óculos de AR. Ele prevê que dentro de quatro anos será possível entrar em uma loja e comprar óculos de realidade aumentada com diferentes armações, produzidos por variados fabricantes, como se faz hoje em uma ótica. Tang participou de painel sobre o tema no MWC 22, nesta quarta-feira, 2, em Barcelona.
O executivo também aconselha que os desenvolvedores de aplicações evitem simplesmente transpor ferramentas de outros devices para a nova interface. No seu entendimento, é preciso criar novas aplicações que se aproveitem das características próprias dos óculos, como os seus sensores captando informações contextuais. Algumas aplicações que ele imagina são: mostrar uma linha sobre o chão indicando a direção a seguir para quem está caminhando para um determinado destino; ou exibir o cardápio de um restaurante quando se está olhando para o estabelecimento.
Preço e segurança
Três barreiras ainda atrapalham o desenvolvimento do mercado de óculos de AR e de headsets de realidade virtual (VR), listou a gerente de marketing de linha de produto da VMware, Jessica Stoks: 1) o preço do equipamento, ainda na casa de milhares de dólares por unidade; 2) a usabilidade pobre e difícil; 3) e o não atendimento a normas de segurança digital estipuladas.
Maria Cuevas, head de mobile core network research da BT, apontou ainda um outro problema que afeta não apenas aplicações de AR e VR, mas qualquer outra de missão crítica: a falta de previsibilidade da latência na rede. “Precisamos de latência previsível, não apenas baixa latência. Isso é fundamental para controle remoto e serviços de missão crítica”, comentou. Ela recomendou que sejam aprimorados os contratos de nível de serviço (SLAs) e as ferramentas de monitoramento de redes, para prever falhas.