Orange

Jerome Berger, presidente e sócio-diretor da Orange Venture

Um dos esforços da operadora francesa Orange no 5G será estreitar parcerias com startups, em especial com novas entrantes que possibilitem o acesso a tecnologias e informações que não tenham ou não consigam produzir atualmente. Durante o MWC Barcelona 2022 (MWC 2022) nesta quarta-feira, 2, o presidente e sócio-diretor da Orange Ventures, Jerome Berger, detalha o esforço da companhia.

“O primeiro desafio é como operar e conseguir parcerias em novas aplicações do 5G, em especial no B2B. Precisamos nos relacionar com diferentes startups e modelos de negócios que não temos tanto conhecimento como aqueles que temos (hardware)”, explica o investidor. “Potencialmente, essas startups podem ser as grandes vencedoras no 5G. Quiçá no 6G”, conclui.

Além da quinta geração de redes móveis, outra prioridade é em startups de finanças sustentáveis. Para isso, a venture capital tem um fundo destinado a novas entrantes que tenham trabalhos focadas em clima, inclusão (social e digital) e caretechs: “Nós precisamos continuar procurando por companhias de economia sustentável, especialmente no meio ambiente, que é um tema mais complexo e com regras diferentes de investimentos, diferentes do fundo principal”, explica.

Por outro lado, o executivo conta que a macroeconomia e o risco de crescimento baixo podem atrapalhar as investidas do fundo em 2022, em especial na França, onde há receio pelo risco de “uma bolha de validação de startups de tecnologia”. Com isso, a Orange Venture tem buscado variar a busca por startups em outros locais da Europa, como Portugal, Espanha, Romênia e Eslováquia.

Há dois anos no comando do braço de investimentos da Orange, Berger administra 350 milhões de euros para aportar em startups da Europa, África e Oriente Médio. Afirma ainda que o trabalho do fundo é feito junto à operação da controladora, tanto que venture e telecom tiveram 340 encontros de alinhamento apenas no segundo semestre de 2021.

“Nós tentamos acertar os principais pontos, o que eles precisam, onde podemos ajudar, qual startup pode dar mais fluxo à operação (da Orange). Neste formato, posso dizer que desde 2020 todas as startups que entraram no Orange Ventures têm sinergia e tangibilidade com a operadora e seus clientes”, diz.

Dois exemplos de relação com startups e sinergia com a Orange são: Dataiku, startup de uso de dados e inteligência artificial nos negócios que recebeu investimento dois anos atrás e hoje tem 169 casos de supply chain e finanças e que deu origem para um produto de mudança smart da Orange (dos modems aos dispositivos conectados); e um hub de medicina feito em parceria com KPMG, Generali e Sanofi com 100 startups e 1 mil startupeiros para que as novas entrantes insiram seus produtos e as grandes empresas possam dar mentoria e eventualmente investir.

 

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