Em 2022, a Môre atingiu R$ 47,4 milhões em receita, um crescimento de 91%, em relação a 2021. A meta é manter essa taxa em 81% para 2023, somando uma receita de R$ 85 milhões. A empresa reporta um ARR (annual recurring revenue) de R$ 56,4 milhões, com um time de 224 profissionais de UX design, produto e tecnologia.

Desde a sua fundação, há três anos, a empresa vem atuando na criação da visão de produtos digitais, assim como no design estratégico da experiência do usuário (UX), seja de aplicativos, sites ou chatbots. Até então, a companhia ainda não desenvolvia as aplicações. Como uma forma de poder entregar a criação de produtos digitais de ponta a ponta, a Môre adquiriu a software house Sparta Labs, desenvolvedora de apps, no início de 2023.

A aquisição foi estratégica. As duas companhias já trabalhavam juntas. Em 2022, a Môre formou uma joint venture com a Sparta Labs, em que cada uma ficaria com metade da companhia. Neste formato, já começaram a atender alguns clientes, como Marisa e Samsung. Aproveitando a sinergia que as duas companhias já tinham, de visão de negócios, valores e princípios, a Môre avançou na aquisição completa da companhia.

“Muitos dos nossos clientes recorrentemente nos pediam para ter uma entrega mais completa”, diz o CEO da Môre, Leo Xavier. “Deixamos de ter apenas uma divisão de tecnologia junto com a Sparta Labs, a Môre passa a entregar e trabalhar de ponta a ponta exatamente para que possamos ter esse olhar para design, produto e também para tecnologia, quando o tema é produto digital.”

Todo o quadro de funcionários da Sparta Labs, composto por 25 pessoas, foi absorvido pela Môre. Além da experiência de 11 anos no desenvolvimento de apps, esta também aproveita a expertise dos fundadores da companhia, que farão parte da companhia, assim como o portfólio de clientes. Alécio Gomes, diretor de tecnologia da Sparta Labs, se tornou sócio e CTO da Môre. Guga Corrêa, engenheiro de vendas da Sparta Labs, se tornou head de desenvolvimento de negócios e também sócio da Môre.

“Trazemos para dentro não só o time, mas também os empreendedores, que têm um olhar muito alinhado com o que temos hoje de visão de futuro, de negócios e estratégia – e acima de tudo essa potência já funcional. Não preciso construir processos, trazer gente. É um time que já chega jogando, já trabalhávamos há um ano integrados com alguns clientes. Tínhamos muita similaridade no dia a dia da operação. Parecia ser o caminho mais inteligente, mais rápido e com menor chance de gerar fricção”, explica.

Estrutura

A Môre já tinha uma estrutura modular, com sua equipe atuando de acordo com as demandas de cada projeto. A companhia manterá o mesmo formato, se adaptando ao que os clientes pedem, mas agora tem uma divisão que pode cuidar de outro aspecto da criação de um produto digital, que é o seu desenvolvimento.

A companhia atua com empresas de diversos segmentos e indústrias, como serviço, varejo, financeiro e de saúde. Algumas delas, mais conhecidas, são BTG Pactual, Banco Carrefour, CVC, Dasa, Marisa, Elo, Gol, Smiles, Pfizer, Porto, Rede, Samsung e Serasa. “Essa diversidade de clientes e de indústrias é muito positiva, ajuda bastante”, conta Xavier.

“Apesar de serem indústrias fundamentalmente diferentes, há muitos problemas de negócio que são similares. Ter essa visão de outros mercados é muito interessante, porque você pode trazer, por exemplo, uma experiência de uma telecom para o mundo de uma seguradora. São mercados que não se conversam, no entanto têm estruturas de negócios que guardam um grau de similaridade, e a experiência de uma acaba ajudando a outra”, diz.

Expansão

Para o futuro, a companhia pretende continuar a expandir, a dois. Uma forma será aplicando o modelo de negócio que se tem hoje para outras áreas verticais, como business intelligence (BI), big data e inteligência artificial (IA), provavelmente com uma lógica de aquisição, assim como no caso da Sparta Labs.

Ao mesmo tempo, a Môre tem planos para expandir geograficamente para outros mercados, a partir do segundo semestre de 2023, para países da América Latina e América do Norte. O CEO menciona o México como um possível destino. “Uma vez funcionando essa lógica, continuamos. É fazer lógica de expansão, aprender com ela, digerir os erros e amplificar”, afirma.

 

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