A Apple terminou o primeiro trimestre de 2024 com uma queda de 2% no lucro líquido com US$ 23,5 bilhões, ante US$ 24 bilhões de um ano antes. De acordo com relatório divulgado nesta quinta-feira, 2, o lucro operacional foi de US$ 28 bilhões, um recuo comparado com US$ 28,3 bilhões do mesmo período em 2023.

Em apresentação para analistas de mercado, Tim Cook, CEO da Apple, afirmou que o motivo da queda foi um impacto de US$ 5 bilhões devido à mudança em replanejamento e distribuição a partir da família iPhone 14. Sem esse impacto, o executivo afirmou que o resultado seria positivo na receita total da empresa. Mas o CFO, Luca Maestri, afirmou que seria “flat” em receita de vendas de iPhones.

No todo, a companhia teve queda de 4% na receita de vendas, com US$ 91 bilhões, ante US$ 95 bilhões do primeiro trimestre de 2023.

Categorias

Por categoria, a receita com produtos caiu 10%, de US$ 74 bilhões para US$ 67 bilhões. Destaque para um recuo em iPhones de 10%, de US$ 51 bilhões para US$ 47 bilhões, devido aos US$ 5 bilhões de reconfiguração da cadeia de suprimentos e a queda de 17% no iPad, de US$ 6,6 bilhões para US$ 5,5 bilhões, com a mudança do chip M1 para o M2 em novas gerações do iPad Pro.

Contudo, o crescimento de vendas em serviços (+14%) compensou a queda nas vendas de iPhones, iPads, wearables e acessórios, de US$ 21 bilhões para US$ 24 bilhões, um recorde histórico segundo Maestri. O CFO afirmou que a categoria vem crescendo em países desenvolvidos e emergentes, em especial em cloud, vídeo e meios de pagamentos.

Regiões

Por região, a única que cresceu em receita foi a Europa com alta de 1%, de US$ 23,9 bilhões para US$ 24,1 bilhões. Contudo, a China, um dos três principais mercados da Apple no mundo, caiu 11%, de US$ 18 bilhões para US$ 16 bilhões. Vale dizer que as remessas de iPhones ao varejo registraram queda de 25%, segundo a Canalys, na região.

A Mobile Time, o sócio da Arbor Capital, Matheus Popst, afirmou que o resultado chinês veio 3% melhor que a expectativa do mercado e que “deixou muita gente coçando a cabeça”, pois múltiplas fontes no setor de supply chain estavam falando que a Apple estava enfrentando um mercado bastante difícil na China: “A Counterpoint reportava que as vendas caíam 19% ano contra ano e a IDC de que as vendas caíam 9%. Mas a Apple reforçou que as vendas estão crescendo ano contra ano na China, com as vendas do iPhone acelerando. Essa qualidade do negócio na China pegou muita gente de surpresa”.

O tema ‘China’ foi o mais questionado pelos analistas na call da Apple nesta quinta-feira. Inclusive, Cook chegou a dizer que “não poderia responder pelos datapoints (IDC e Counterpoint)” apenas poderia falar pelo resultado financeiro que mostrou “aceleração” no primeiro trimestre na China.

Apple no segundo trimestre

Para o segundo trimestre de 2024, Luca Maestri prevê um crescimento de único dígito na Apple como todo, além de esperar por um crescimento de receita de dois dígitos na receita de iPads e serviços. Mas, o executivo financeiro da Apple espera ainda por reveses em custo de memória e impacto negativo no câmbio. Os gastos operacionais devem ficar entre US$ 14,3 bilhões e US$ 14,5 bilhões.

Cook ressaltou ainda que a Apple prevê um crescimento no longo prazo no mercado chinês. Maestri completou dizendo que há potencial nos mercados emergentes que estão diminuindo a lacuna, se comparado com a China.

Vale lembrar que a Apple tem programado o lançamento de novos iPads no próximo dia 7 de maio e a conferência para analistas de mercado, WWDC, no dia 10 de julho.

Imagem principal: Arte criada por Nik Neves para Mobile Time

 

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