Um dos problemas de uma empresa é a espera do pagamento de seu cliente. Às vezes, o dinheiro leva 30, 60 dias ou até mais para entrar. Enquanto isso, a companhia que entregou o produto ou o serviço precisa de capital de giro para se manter e continuar firme no seu mercado. Pensando em atuar no meio de campo, nasceu a Giro.Tech, plataforma que promove a antecipação de recebíveis a fornecedores que devem esperar o pagamento de seus clientes. A fintech nasceu em 2017 a partir do encontro da Esparta, empresa de desenvolvimento de aplicativos e plataformas, e a Monetiza Investimentos, voltada para o mercado financeiro e que trabalha com recebíveis. Em seis meses de operação, a Giro.Tech antecipou mais de R$ 20 milhões por meio da tecnologia por eles chamada de Desconto Dinâmico Digital.
“Quem compra quer esticar ao máximo o prazo de pagamento. E quem vende, precisa receber. E, por isso, usam o compromisso de venda do produto ou do serviço – o recebível – como garantia para fazer um empréstimo no banco e ter acesso a crédito mais em conta. Só que as instituições financeiras não estão interessadas em oferecer esse tipo de empréstimo para empresas. E é aí que a gente entra”, explicou o sócio da Giro.Tech, Ronaldo Campos de Oliveira.
A fintech possui um sistema de integração de sistemas, por meio de APIs, para fazer a intermediação entre a fornecedora que precisa do capital e o agente financiador, o Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC). Os títulos disponíveis na plataforma são importados diretamente do ERP da compradora e têm a garantia de que o serviço ou o produto já foi entregue, sem contestações futuras. Com isso, a Giro.Tech garante ao FIDC um risco muito menor de calotes ou fraudes. “Temos um risco abaixo de 1%”, garante Oliveira.
Aplicativo
Até o momento, a Giro.Tech focou no agronegócio e em empresas com faturamento acima de R$ 100 milhões e com muitos fornecedores. Porém, a fintech está terminando o desenvolvimento de seu aplicativo para atrair pequenos empresários como caminhoneiros, empreiteiros, engenheiros agrônomos, profissionais que precisam estar fora, no campo, a todo o momento. Com prazo para ficar pronto até o início de novembro, a ideia do app é que esse profissional (o fornecedor), ao colocar os dados da sua empresa, tenha acesso a seus clientes presentes no sistema da Giro.Tech e administre seus recebíveis. No app, será possível ver as faturas, selecionar recebível para que o próprio aplicativo calcule o valor descontado dela, caso faça um empréstimo.
“Os grandes bancos se interessam em dar empréstimos a 20% das empresas que representam 80% das receitas. No nosso caso, focamos no oposto: nos 20% de receita que representam 80% dos fornecedores. É para essa faixa que o app será a melhor solução”, explicou o sócio da Giro.Tech.