Um em seis brasileiros conectados à Internet está preocupado com o fornecimento de seus dados biométricos. O dado é de uma pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) lançada nesta segunda-feira, 2, que aponta receios principalmente com o compartilhamento de impressão digital (86%) ou face (82%).
Feito com 2,6 mil pessoas em dezembro de 2023, o estudo revela que as pessoas têm mais preocupação em compartilhar dados biométricos com instituições financeiras (83%), governo (73%) e no transporte público (70%). Outros tipos de informações compartilhadas que causam preocupação são:
- O fornecimento de dados de saúde (51%);
- 40% com o compartilhamento de dados genéticos;
- 36% de filiação política ou sindical;
- 33% de gênero;
- 32% de cor ou raça;
- 31% de orientação sexual;
- 30% de crença religiosa.
Proteção de dados
Nota-se ainda que a população também tem receios em fazer atividades habituais online, como comprar em sites ou apps (66%) e ao acessar páginas e aplicativos de bancos (49%). Além disso, um quarto da população brasileira que usa Internet busca algum canal para fazer solicitação, reclamação ou denúncia sobre seus dados pessoais em 2023. E 58% dos internautas concordam com as políticas de privacidade sem ler.
Dados em empresas e governos
O estudo também contou com a colaboração de 2 mil empresas, em uma pesquisa realizada entre agosto e dezembro de 2023 para entender como está o cenário da proteção de dados no meio corporativo. A proporção de empresas que mantêm informações biométricas de pessoas é de 30% e de saúde é de 26%. A maioria das empresas dizem deter informações de clientes e usuários (68%) e de parceiros e fornecedores (60%).
A adequação à LGPD chegou a 31% das pequenas empresas e 67% nas grandes. Os setores que mais se destacam são de informação e comunicação com dois terços (66%) e atividades profissionais (60%). Entre aqueles que definiram um encarregado de dados (DPO), a adoção é de 19% entre as grandes e 16% entre as pequenas.
Por sua vez, a nomeação de DPOs chegou a 83% dos órgãos federais, 46% dos estaduais e 21% das prefeituras, porém, se separar as capitais e as cidades com mais de 500 mil habitantes chega a 58% de penetração desses profissionais.
Imagem principal: Arte de Nik Neves para Mobile Time