A Vivo obteve nesta segunda-feira, 2, a licença de Sociedade de Crédito Direto S.A. (SCD) junto ao Banco Central para a Vivo Pay atuar como uma fintech de crédito. Na prática, a operadora deixa de usar um parceiro e poderá atuar diretamente com ofertas de crédito, o que dará a ela mais flexibilidade para atuar neste segmento, inclusive com uma expansão de seu portfólio de produtos e serviços financeiros.

Entre os novos produtos confirmados pela companhia estão uma conta digital e novos produtos de crédito pessoal, um segmento que alcançou R$ 446 milhões em sua carteira no mês de junho, um incremento de 62% contra o mesmo período um ano antes. Além disso, o portfólio de serviços financeiros do Vivo Pay tem seguro para celulares, tablets e notebooks, além de opção de crédito por meio de parcela Pix e saque-aniversário do FGTS.

Tudo isso está atrelado à estratégia de app único e one-stop-shop da Vivo (Android, iOS). com integração de canais de atendimento e agora de serviços financeiros. Atualmente, o app da operadora é usado com frequência por 80% de sua base.

De acordo com o diretor da Vivo Fintech, Leandro Coelho, a ideia é criar um “ecossistema de serviços digitais que se interrelacionam”, trazem benefícios e aumentam o engajamento dos clientes com a marca: “Nosso objetivo é que a Vivo tenha uma atuação relevante como fintech de modo a gerar valor para nossos clientes. Por exemplo: o empréstimo pessoal é usado para financiar a compra de smartphones nas nossas lojas. Esse é o tipo de sinergia que entendemos ser capazes de oferecer como proposta de valor para nossos clientes”, completou.

Vale dizer, a empresa informou que junho de 2024 registrou uma receita de R$ 450 milhões em sua divisão de serviços financeiros, alta de 27% contra o mesmo período em 2023.

Futuro do Vivo Pay

Vivo

Leandro Coelho (divulgação)

O tema da licença SCD foi apresentado pela operadora em março deste ano. A companhia esperava até um ano para obter o aval junto ao regulador. Na época, os executivos da companhia rechaçaram a ideia de que a fintech poderia se tornar um banco completo, inclusive descartaram a ideia de requererem uma licença de adquirente.

Em resposta por e-mail a Mobile Time, Coelho reforçou que o plano é usar a nova licença em sua amplitude: “Antes de pensar no próximo passo, sabemos que temos uma longa jornada agora com a licença de Sociedade de Crédito Direto, e queremos explorar o máximo da sua potencialidade ao longo dos próximos anos”, disse o executivo, sem descartar os avanços futuros.