A plataforma de reconhecimento facial da Acesso Digital é alimentada todo mês por 2,5 milhões de fotos de rostos. Desse total, cerca de 1 milhão são de pessoas novas, que são adicionadas ao seu banco de dados. A empresa tem hoje a maior base privada de biometria facial do Brasil, atrás apenas do governo, afirma o seu diretor de tecnologia, Marcelo Zanelatto. Esse banco de dados foi construído ao longo dos últimos cinco anos, desde que a Acesso Digital desenvolveu sua solução de reconhecimento facial – originalmente, a especialidade da empresa é a gestão eletrônica de documentos.
Na carteira de clientes da Acesso Digital estão diversas empresas do varejo físico e eletrônico, assim como bancos. Em comum entre eles está a necessidade de reduzir as chamadas “fraudes ideológicas”, quando alguém procura se passar por outra pessoa para realizar uma compra ou assinar um contrato, por exemplo. Com a solução da Acesso Digital, a empresa contratante envia a foto do consumidor e outros dados coletados, como CPF, e recebe de volta uma pontuação que indica a probabilidade de se tratar da pessoa verdadeira. Esse score varia de -100 a +100. Quanto mais negativa a pontuação, maior a chance de ser um fraudador, em razão da divergência de dados. Quanto mais positiva, maior a probabilidade de ser a pessoa verdadeira. Cabe a cada cliente corporativo definir em seu modelo de negócios os seus próprios limites para aceitação ou não de uma venda com base no score informado.
Tecnologia
A solução analisa dezenas de pontos biométricos no rosto em cada foto, como distância entre os olhos, largura, posicionamento do nariz, formato da boca, centro da boca etc. Para cada rosto cadastrado é gerado um número que contém as informações de todos esses pontos biométricos analisados. Este número é comparado com aquele gerado por outras fotos que chegarem associadas à mesma pessoa.
“Os melhores motores de biometria facial do mundo trabalham com algo entre 62 e 76 pontos. Aqueles com poucos pontos, entre 30 e 40, funcionam com bases pequenas de rostos. Se utilizados em bases grandes, acabam gerando muitos falsos positivos. Já os motores com muitos pontos correm o risco de gerarem mais falsos negativos, por conta de alterações na iluminação do ambiente ou na rotação do rosto”, explica Zanelatto. A Acesso Digital combina um motor de reconhecimento facial próprio e dois de terceiros. Cada um tem características distintas, analisando diferentes pontos biométricos na face. A combinação dos três garante uma maior assertividade, com redução de casos de falsos positivos ou falsos negativos. “Nossa base de dados é muito grande, por isso precisamos combinar três motores”, justifica o executivo.
Quando acontece uma divergência biométrica, ou seja, um alerta de dois rostos com o mesmo CPF, o caso vai para uma mesa de análise, com uma equipe de 15 profissionais especializados em fazer uma verificação mais detalhada, inclusive com apoio de informações de outras fontes, como bureaus públicos ou privados. “É uma equipe com controle de acesso restrito em um ambiente monitorado 24/7. Não entra celular, nem caneta, nem caderno, nem pendrive. E o acesso aos computadores é limitado: não pode enviar email, nem usar WhatsApp, para ter ambiente controlado e proteger a privacidade das fotos que estão chegando”, descreve o executivo. Atualmente, menos de 0,5% do volume total de fotos recebidas cai na mesa de análise. A Acesso Digital tem desenvolvido soluções com inteligência artificial para diminuir a necessidade de análise humana. Uma delas detecta a “vivacidade” do rosto. “Analisamos 32 fatores da foto para saber se é foto de foto ou se realmente foi capturada ao vivo. É feito com inteligência artificial Treinamos um modelo para isso”, diz o diretor da Acesso Digital.
Zanelatto ressalta que todos os dados armazenados são criptografados e ficam distribuídos em data centers diferentes e com redundância. “Onde eu armazeno dados pessoais é um servidor diferente daquele de biometria, que é diferente daquele onde guardo algum outro dado pessoal. Ou seja, mesmo que aconteça uma invasão o hacker não vai conseguir cruzar dados”, descreve.
Resultados
Na prática, a solução da Acesso Digital protege não apenas os clientes corporativos de perderem dinheiro, mas também consumidores finais de terem sua identidade roubada. “Já protegemos centenas de milhares de brasileiros que nem sabem que foram protegidos. Para as empresas, economizamos alguns milhões de reais por mês”, afirma.
Além de identificar possíveis fraudadores, a Acesso Digital também evita que compradores legítimos tenham suas compras negadas por outros sistemas antifraude menos precisos e demasiadamente rigorosos. Como há muitos consumidores novos no e-commerce brasileiro, com poucos dados históricos, não raro eles acabam tendo compras equivocadamente recusadas, por serem considerados suspeitos. “Tivemos o caso de um e-commerce no qual recuperamos 65% das vendas que eles perderiam”, relata.
Mobi-ID
Zanelatto participará de um painel sobre os desafios do reconhecimento facial, que acontecerá no dia 25 de novembro, no WTC, em São Paulo, durante o seminário Mobi-ID. Ele terá a companhia de representantes da Huawei, da Thales Gemalto e da Venuxx. A agenda atualizada e mais informações sobre o evento estão disponíveis no site www.mobi-id.com.br, ou pelo email [email protected], ou pelo telefone 11-3138-4619.