[Atualizado às 11h do dia 3/10/2024 com os valores corretos e descritivo dos aportes] O presidente do Google Cloud na América Latina, Eduardo López, reforçou que a empresa faz investimentos contínuos no mercado latino-americano. Ao contrário dos rivais Microsoft e AWS que fizeram anúncios de aportes para Brasil e América Latina visando os próximos anos, o executivo afirmou que o Google faz injeção de capital anualmente na região.
“O fato de não fazermos anúncios gigantescos não significa que não estamos investindo. Depois vamos ver daqui há dez anos, quanto do prometido aconteceu. Fazer anúncio é marketing fácil. Executar é uma questão de cultura de compromisso e execução. Temos compromisso de execução”, disse López. “Anunciamos R$ 1,6 bilhão de investimento no Brasil em 2017 (em infraestrutura técnica, como a Cloud Region de São Paulo e os cabos submarinos Júnior, Tannat e Monet). Aprovamos um investimento de US$ 1,2 bilhão para a América Latina em 2022 (para os próximos cinco anos que inclui a construção do cabo submarino Firmina). Somos uma empresa de investimento contínuo”, completou.
Parte desses investimentos foram apresentados nesta quarta-feira, 1º. Durante o Google Cloud Summit, a companhia apresentou dois novos espaços:
- Google Cloud Space que é um local voltado para customizar projetos de transformação digital dos seus clientes que será lançado em 2025;
- Google Cloud Startup, um espaço pop-up com atividades para startups com troca de conhecimento, sessões de aprendizado em grupos, mentoria e espaço para conversa com investidores.
A companhia também anunciou uma doação de R$ 3,8 milhões em equipamentos de rede para a associação de pequenos provedores InternetSul com intuito de apoiar a reconstrução da Internet no Rio Grande do Sul, em complemento a outro R$ 1,2 milhão doado para ONGs em maio deste ano.
Estratégia do Google Cloud
Ricardo Fernandes, head do Google Cloud no Brasil, afirmou que os investimentos têm como objetivo atender aos seus clientes, não apenas oferecer a tecnologia pela tecnologia, mas entender suas métricas e as necessidades de seus negócios.
Explicou ainda que o mercado de nuvem passa por uma transição importante para o multicloud, com algumas empresas migrando por uma estratégia de redução de custos, outras migram por ter diferentes opções de fluxos de trabalho e modelos fundamentais de inteligência artificial, mas todas as companhias na América Latina (exceto as startups) mudam por terem legados em suas operações.
Espaço no mercado
Nesta evolução do mercado, Fernandes explicou que dois anos atrás eram os primeiros passos da inteligência artificial generativa. Agora, 2024 surgiram os primeiros casos de uso, como:
- Natura que migrou para o Google Workspace 20 mil colaboradores de 14 países e eliminou 17 horas de trabalho manual por semana e agora mira a adoção do Gemini no painel lateral do Workspace que foi lançado nesta quarta-feira;
- A TIM com o caso (já apresentado durante o relatório financeiro do segundo trimestre) para a transcrição de áudios do atendimento humano com IA generativa do Google Cloud;
- A Unico com uso de IA do Google Cloud para desenvolver soluções de proteção de dados e onboarding, como motor biométrico e OCR.
Pesquisa
Essa estratégia visa principalmente atender a demanda crescente das empresas por IA generativa. Algo que foi reforçado com uma pesquisa do IDC com o Google apresentada nesta quarta-feira, que demonstra que a maioria dos CTIOs (72%) viram um aumento das abordagens da IA generativa em conversas dentro das empresas.
Além disso, um terço dos 813 entrevistados pretendem adotar IA generativa em todos os novos projetos da empresa. Neste cenário do avanço da IA generativa nas empresas brasileiras, apenas 5% disseram que não intensificaram o uso de IA em seus projetos e ações em 2024.
Imagem principal: Eduardo López, presidente do Google Cloud na América Latina (divulgação)