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Ilustração: La Mandarina Dibujos/Mobile Time

O mercado de devices brasileiro deve gerar US$ 21,5 bilhões, uma alta de 44% ante 2022. Os smartphones vão responder por 63% desse total ou US$ 13 bilhões, incremento de 6% na comparação com 2021, segundo a IDC. E a maior alta em dispositivos será nos vestíveis, 10%, com uma receita de US$ 882 milhões. Em contrapartida, os computadores terão queda de 5,4% e uma receita de US$ 5,8 bilhões, e os tablets recuarão 15% em 2023, em um faturamento de US$ 464 no País.

De acordo com Reinaldo Sakis, diretor de consumer devices na IDC América Latina, a dinâmica de mercado deve mudar em 2023, uma vez que o temor da falta de insumos não deve afetar a disponibilidade de produtos neste ano, como aconteceu em 2020, 2021 e 2022. Além disso, haverá mais distribuição no mix de vendas de handsets com foco em equipamentos mais baratos e simples.

Em um cenário que Sakis ainda considera “desafiador”, as entrevistas da IDC com executivos do setor indicam visões mistas, com sentimentos otimistas e pessimistas. Neste panorama, a expectativa é que o primeiro semestre no mercado de devices seja de adaptação, uma vez que muitas empresas devem se adaptar ao novo governo. Por outro lado, o segundo trimestre começa a recuperação econômica, com o crescimento no consumo das famílias brasileiras.

Vale dizer que ainda afetam o setor as influências externas, como as inflações norte-americana e europeia, além dos riscos à economia e cadeia de produção na China.

Varejo

Sakis também apresentou uma previsão sobre o mercado varejista de dispositivos em geral em 2023. Nela, o executivo estima que o varejo físico deve retomar espaço perdido para o online, algo que começou em 2022. Mas principalmente pela flexibilidade na negociação de vendas e crédito, o varejo físico deve representar US$ 10 bilhões das vendas de devices.

Por sua vez, o varejo online deve concentrar suas comercializações em pequenos valores e responder por US$ 5 bilhões dos devices em 2023, uma queda de 1 a 2 pontos percentuais ante 2022. Posto isso, a IDC acredita que o varejo online não representa mais a maior fatia de vendas de alto valor em devices, como os handsets premium e high-end.

O B2B e o consumidor que compra fora do varejo, ou seja, direto de sites de fabricantes e operadoras, serão responsáveis pela maior parte do restante da receita dos devices, ou seja, US$ 5 bilhões, 23% do total de US$ 21,5 bilhões.

ESG

Outra tendência para 2023 que a empresa de análise de mercado enxerga é o avanço do ESG, inclusive nos devices. A companhia estima que 5% das vendas de dispositivos para B2B terão alinhamento com conceitos de ESG, ou seja, o equivalente a US$ 300 milhões dentro dos US$ 5 bilhões das vendas corporativas.

Entende-se como ESG para dispositivos que tenham em sua origem fabricantes que, por exemplo:

  • Tenham créditos de carbono;
  • Uso responsável dos recursos;
  • Oferta de device as service alinhado ao ESG;
  • Logística reversa e economia circular.

Sakis explicou que essas práticas geram uma percepção de diferenciação no público consumidor nas empresas, e, se traduzem em mais negócios e maior geração de receitas.

 

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