O banco digital alemão N26 já está presente em 26 países da Comunidade Europeia e anunciou há um mês a decisão de se expandir para os EUA e, em seguida, o Brasil. A entrada nesses dois mercados fora da Europa servirá de experiência para acelerar a internacionalização da empresa, que tem o objetivo de se tornar um banco digital global, chegando a 100 milhões de clientes em dez anos.

“Vamos ter uma máquina de abrir [operações em novos] países”, comentou Eduardo Prota, executivo contratado para comandar a operação brasileira, em entrevista para Mobile Time.

Ele compara a expansão pretendida pelo N26 àquela realizada por empresas de entretenimento digital, que também conseguiram conquistar uma base mundial de usuários. Mas ressalva que o mercado financeiro tem uma diferença importante: é altamente regulado e as regras mudam em cada mercado. A estratégia do N26 em seu processo de internacionalização é tentar aproveitar um produto core comum, e fazer somente as adaptações necessárias para atender a regulamentação e as necessidades de cada novo mercado.

A ideia é ter em cada país equipes das áreas jurídica, operacional, compliance e atendimento. Algumas dessas vagas, inclusive, já estão abertas no Brasil. Ainda não está definido se haverá um time local de desenvolvimento. Se houver, ele vai trabalhar em consonância com a equipe da Alemanha.

Prota elogia o ecossistema de fintechs no Brasil e conta não ter conhecido nenhum outro tão diverso em outros países. “O Brasil está bastante avançado. A regulamentação é receptiva para as fintechs”, comenta.

Funcionalidades

Ainda não foi definida uma data de lançamento no Brasil, o que só deve acontecer depois de iniciada a operação norte-americana. Enquanto isso, Prota começa a contratar pessoas e a realizar pesquisas para definir as funcionalidades que serão incluídas na versão brasileira do serviço.

Na Europa, o N26 faz sucesso pela sua simplicidade e facilidade de uso, e também pelas funcionalidades que ajudam na gestão de finanças pessoais. Uma delas é a possibilidade de abertura de subcontas, que a empresa chama de “spaces”. Na prática, é como se fosse uma nova conta bancária, que pode ser aberta ou fechada pelo app, sem custo adicional, e que fica vinculada à conta principal. A ideia é que o usuário crie contas para diferentes tipos de gasto, para controlar melhor suas finanças. Uma novidade recente é a possibilidade de se exigir uma senha para transferir dinheiro de uma subconta para outra do mesmo titular, como uma barreira para o usuário pensar duas vezes antes de fazê-lo.

 

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