Os investimentos dos bancos em tecnologia cresceram 18% em 2022 com R$ 35 bilhões, ante R$ 27 bilhões de 2021. De acordo com pesquisa feita pela Deloitte com a Febraban e divulgada nesta quarta-feira, 3, o aumento foi puxado pela implementação de tecnologias em nuvem e inteligência artificial. Com isso, a análise mostra um aumento de seis pontos percentuais nos serviços de TI, de 12% para 18% do total dos investimentos (R$ 6,3 bilhões) na comparação ano a ano. Com o movimento de troca de Opex por Capex nas instituições financeiras, as outras três categorias de TI da pesquisa caíram:

  • Software teve queda de 3 p.p, de 52 para 49%, ficando em R$ 17 bilhões;
  • Hardware caiu 1 p.p, de 28 para 27%, ou R$ 9,4 bilhões;
  • Telecom recuou 2 p.p., de 8% para 6%, R$ 2,1 bilhões do total.

Mesmo com telecomunicações em queda, Rodrigo Mulinari, diretor do comitê de inovação e tecnologia da Febraban, explicou que o seu uso está em alta (dispositivos móveis dos clientes e comunicação no backoffice) e se mantém na agenda dos executivos. Mas o custo de telecom no orçamento dos bancos segue em baixa, seja pela escala, eficiência ou novas opções. Mas é um cenário que pode mudar com o avanço do 5G e eventuais aplicações para o ecossistema financeiro.

“Quando falamos em tecnologias que estão surgindo, sendo ampliadas, o 5G está na agenda de todo o mundo por conta da conectividade. Mas também por fazer o uso das outras facilidades que o 5G traz. Temos as possibilidades de multiconexões, amplitude de conexões e dispositivos. E IoT com inteligência artificial é um conjunto que começa a trazer novas soluções em automação, eficiência, inteligência nas agências e nos terminais”, disse o representante. “Então, o 5G tem um viés de inovação em certo aspecto; o outro viés é o fato de ser uma nova malha de uso de telecomunicações, mais ampla e eficiente comparada com àquelas que temos atualmente”, completou.

IA e cloud

Em inteligência artificial, os 16 bancos que participaram da pesquisa e representam 84% dos ativos financeiros da indústria bancária brasileira, afirmaram que utilizam biometria e chatbot. Outras tecnologias em suas bases em 2022 são:

  • 92% com RPA;
  • 58% com IA cognitiva;
  • 42% com interface de usuário;
  • 25% com robô advisor;
  • 17% com biometria por voz.

Em nuvem, 80% disseram que adotaram estratégia multicloud e 67% dos 16 executivos de bancos ouvidos pela análise afirmaram que migraram alguma aplicação para cloud pública ou privada, como CRM (44%), ERP (36%) e dados analíticos e inteligência de mercado (29%).

Expectativas

Para 2023, os líderes dos bancos seguem apostando em cloud e IA. Em conversa com Mobile Time na tarde desta quarta-feira, 3, Rodrigo Mulinari, diretor do comitê de inovação e tecnologia da Febraban, explicou que a adoção da nuvem nas instituições financeiras está madura e o movimento de investimento agora é “perene e incremental”. Em inteligência artificial vem “amadurecendo ao longo do tempo” e começa a escalar: “Teremos saltos de uso em inteligência artificial. Seja com melhorias de solução ou uso em outras frentes (interface do usuário, combate à fraude, backoffice)”, completou.

Com os líderes mantendo suas apostas em IA e Cloud, a expectativa é que o orçamento de TI da indústria bancária chegue a R$ 45 bilhões no final deste ano, 35% ou R$ 10 bilhões a mais que no ano anterior. Desse montante, R$ 1,8 bilhão vai para migrações na nuvem, um aumento de 20% contra R$ 1,5 bilhão de 2022; R$ 1 bilhão para IA, analytics e big data, crescimento de 28% ante R$ 775 milhões de um ano antes; e R$ 722 milhões em 2023 contra R$ 425 milhões do ano anterior, alta de 70%.

 

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