Com a proposta de trazer mais produtos de rede e de Internet das Coisas, a Xiaomi busca adaptar-se à mudança do consumidor durante a crise do novo coronavírus. De acordo com o head do projeto da Xiaomi no Brasil, Luciano Barbosa, os usuários estão buscando com mais frequência os produtos para casa conectada em seu e-commerce.
“Nós percebemos um aumento de muitas pessoas buscando produtos inteligentes. Com as pessoas ficando mais em casa, elas passaram a pesquisar mais sobre equipamentos como lâmpadas e óculos que eliminam raios UV”, disse Barbosa.
O executivo reconheceu que o momento de crise trará mudanças na relação entre empresas e consumidor. Neste cenário, o head da marca acredita que o hábito do consumidor deve mudar, como tem ocorrido nas buscas por produtos de smart home. Barbosa revelou que trará mais produtos para complementar o portfólio conectado da Xiaomi no Brasil. Desses novos equipamentos estão confirmados roteadores de 300 mbps de 1.2 mbps, sensores para casa e equipamentos médicos – nenhum dos aparelhos de digital health tem foco no combate ou prevenção à Covid-19.
Com o aumento do portfólio, nota-se que a Xiaomi começa a trazer mais produtos de Internet das Coisas com alto valor agregado. Um deles é o projetor conectado Mi Smart Projector, que custa R$ 6 mil e foi apresentado junto aos smartphones Redmi Note 9 nesta quarta-feira. Na conversa, Barbosa afirmou que haverá produtos de IoT com valores mais altos, mas dependerá do tipo de equipamento.
Smartphones
Além dos dispositivos conectados, o executivo da parceria Xiaomi/DL reconheceu que a tendência de alta de preços acontecerá também nos handsets. Barbosa explicou que neste primeiro semestre os valores dos dispositivos ficaram mais altos pela relação do câmbio (real x dólar), além da carga tributária no produto que chega ao mercado nacional: “Para se ter uma ideia, em torno de 49% de um produto hoje é carga tributária. É isso que acaba pesando neste processo”.
Outro fator mais recente que está afetando os valores são os efeitos da pandemia do novo coronavírus na economia. Com valores entre R$ 2,5 e R$ 3,7 mil, os preços smartphones do portfólio Redmi Note 9 apresentados foram criticados pelos consumidores durante a apresentação, pois estão próximos de modelos da gama mais alta de preço (flagships).
“Sim, os preços dos smartphones se aproximam de celulares flagships, mesmo sendo um intermediário premium. Mas as configurações e características subiram bastantes e se aproximam dos mais caros”, explicou. “Mas sabemos, sim, que os custos foram impactados na crise. Houve um descolamento de preços em eletrônicos – em geral – pela pandemia”.
Mais handsets
O executivo explicou ainda que a marca não pretende reduzir os lançamentos para o Brasil. O próximo lançamento será o handset Mi Note 10 Lite. Contudo, Barbosa descarta por enquanto os flagships para o Brasil, como o Pocophone F2. Para ele, a estratégia local da Xiaomi terá como teto os celulares da faixa de preço intermediário premium (até R$ 4 mil).