Apesar de ter notas abaixo da média mundial e caído posições, o Brasil tem melhorado na adoção de 4G nos últimos dois anos e investido em tecnologias como big data e cloud – mas a falta de infraestrutura nacional para telecomunicações ainda é o principal desafio para o desenvolvimento tecnológico do País. Com essa avaliação do estudo Global Connectivity Index (GCI) 2018, realizado pela Huawei e divulgado nesta terça, 3, o Brasil ficou na 44ª posição – entre 79 nações pesquisadas – em conectividade e preparo para a economia digital, à frente de outros países da América Latina, como Argentina (55ª) e Colômbia (54ª), mas atrás do Chile, que ocupa o 33º lugar. No estudo de 2017 o País ficou na 42ª posição pela relação atual de países, mas no relatório original ficou em 30º em uma relação de 50 nações.

Em geral, as notas do Brasil no GCI ficaram abaixo da média global. Em uma escala de 0 a 100, foram as seguintes: 54 em banda larga (contra 56 na média); 38 em data centers (média de 42); 45 em cloud (46); 38 em big data (42); 28 em IoT (33). Nos quatro pilares básicos, o País tem nota 34 em fornecimento (contra 36 na média); 41 em demanda (44), 47 em experiência (52) e 51 em potencial (52). Dos 40 indicadores no total, a cobertura 4G, investimento em big data, capacidade de banda internacional e investimento em cloud conseguiram ficar na média. Vale ressaltar que o País superou a média nos indicadores de download de aplicativos, em acessibilidade de preço da banda larga fixa e em potencial de IoT e data center. Os índices do estudo podem ser acessados aqui. O estudo completo pode ser acessado em PDF aqui.

“Como o quarto maior mercado em volume de acessos de Internet, [o Brasil] tem um bom potencial de conseguir um placar maior em FTTH e 4G nos próximos anos”, diz o estudo. Segundo o GCI, o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) é uma iniciativa que “pode ajudar” o País a ser mais conectado, atualmente contendo 30,7% das residências com conexão de, em média, 0,55 Mbps. “Este cenário é um resultado direto da falta de infraestrutura para provedores de Internet nas regiões mais distantes e menos povoadas no país, além do preço em geral alto de planos de banda larga que simplesmente não são acessíveis para a maioria dos cidadãos brasileiros”, diz o estudo. Com o PNBL, diz, o governo federal ataca esses problemas com o backbone da Telebras e com incentivos para provedores investirem em infraestrutura.

O levantamento anual da companhia chinesa avalia o desempenho das nações na economia digital e oferece “recomendações” para melhorias, abordando temas como nuvem, Internet das Coisas, big data, data centers e banda larga. No entendimento da Huawei, o Brasil é uma nação “adopter” dessas tecnologias, ou seja, faz parte de um grupo com maior potencial de crescimento econômico por meio de investimentos em infraestrutura de telecomunicações.

Esse grupo de países no qual o Brasil está inserido deve promover as tecnologias, incluindo a conectividade de alta velocidade e a digitalização de indústrias e governos. Para tanto, recomenda a companhia, devem aumentar os investimentos em cerca de 10% ao ano para que “possam ter um retorno ideal”. Também sugere que “repensem seus modelos de ensino para preparar a próxima geração de trabalhadores para um mercado de trabalho dependente de tecnologias como automação e robótica”.

O GCI traz ainda como destaque o crescimento da inteligência artificial, tido pela Huawei como catalisadora de potencial de gerar novos modelos de negócios, produtos e serviços, transformando modelos econômicos e atividades industriais. Para tanto, os países precisam superar desafios como a falta de profissionais qualificados e capazes de desenvolvimento de novas aplicações e ecossistemas.

 

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