| Originalmente publicado no Teletime | Um estudo encomendado pelo Facebook à consultoria NERA estimou o impacto potencial das iniciativas de conectividade do conglomerado de Internet na América Latina, inclusive no Brasil. Entre as projeções está a expectativa que o programa de parcerias para Wi-Fi comunitário já iniciado no País possa levar cobertura a 1 milhão de pessoas em áreas rurais.

Para tanto, o relatório considera uma perspectiva “conservadora” na qual o número de hotspots do programa de Wi-Fi da empresa dobre; no Brasil, as operadoras satelitais parcerias Hughes e Hispamar já iniciaram a viabilização do programa. Dessa forma, além de um milhão de pessoas beneficiadas com a cobertura, a NERA também estima que 74 mil novos contratos de conexão seriam criados.

Usando o mesmo modelo para a América Latina, o Facebook estima 7,7 milhões de novos usuários atingidos pela cobertura de banda larga, bem como 573 mil novos acessos. O maior beneficiado seria o México, com 2,7 milhões de pessoas cobertas e 200 mil novos contratos. Lá, programas de Wi-Fi estão em andamento em parceria com a Viasat.

Acesso rural

O Facebook também traçou um cenário no qual o programa de acesso 4G em áreas rurais em curso no Peru fosse replicado no restante da América Latina. Através do consórcio Internet para Todos (que tem como parceiro a Telefónica), uma operadora neutra de infraestrutura de acesso está realizando upgrade de estações radiobase 2G para 4G e disponibilizando capacidade para operadoras peruanas prestarem o serviço em áreas remotas.

A atualização da infraestrutura ocorre no modelo OpenRAN, com redes de acesso abertas e fornecedores desagregados. Tal padrão é inclusive promovido por outra iniciativa de conectividade do Facebook, ou o Telecom Infra Project (TIP), que reúne mais de 500 parceiros entre operadoras e empresas de tecnologia.

Caso o modelo em curso no Peru fosse adotado no continente, a NERA estima 29,7 milhões de pessoas entrando em áreas de cobertura 4G. O Brasil seria o maior mercado, com 8,5 milhões de potenciais beneficiados.

Redução de custos

Uma outra estimativa projetou recursos economizados pelas operadoras de telecom com a instalação, pelo Facebook, de pontos de presença (POPs) e caches em servidores locais que facilitam o acesso de usuários a conteúdos do grupo.

No Brasil, avaliou-se que US$ 154 milhões ao ano são economizados pelas operadoras móveis, gerando uma queda de US$ 0,53 na valor médio pago pelo usuário (ARPU) da região. Já operadoras de rede fixa economizariam US$ 48,8 milhões anuais, com impacto de US$ 0,72 no ARPU.

Em toda a América Latina, as cifras indicam economia de US$ 351,2 milhões pelas operadoras móveis e US$ 92,3 milhões pelas fixas a partir dos POPs e caches em servidores do Facebook.

Cabos submarinos

O Facebook ainda avaliou o impacto na penetração de Internet gerado pelo lançamento do cabo submarino Malbec, cuja previsão de início das operações está prevista para os próximos meses. Construído pela GlobeNet, parceira do Facebook na iniciativa, o Malbec vai conectar Brasil, Argentina e Uruguai através de rota de 2,5 mil km.

Neste caso, o relatório prevê um aumento médio de 6% na Argentina e no Uruguai, enquanto no Brasil, a penetração aumentaria 3% com ajuda da nova capacidade fornecida no mercado de atacado. O percentual brasileiro seria menor porque o País já conta com uma oferta mais diversificada de rotas submarinas.

 

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