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O mercado brasileiro de celulares sentiu os impactos da crise do novo coronavírus: houve um queda de 9% em quantidade de celulares enviados ao varejo no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2019. Entre janeiro e março a indústria distribuiu (sell-in) 10,4 milhões de unidades, informa a IDC Brasil nesta sexta-feira, 3. A queda nos envios no começo da pandemia em março (-27%) foi mais forte ante fevereiro (-4%), quando houve problema de abastecimento de equipamentos vindos da China.

A expectativa para o segundo trimestre é de um recuo de 32% nos envios dos handsets, uma vez que houve impacto nas produções e vendas com o distanciamento social adotado nos meses de abril, maio e junho. Isso mesmo se considerar que o período tem uma das principais datas comerciais, o dia das mães.

Smartphones

No recorte por tipo de dispositivos, os smartphones somaram 9,8 milhões de peças enviadas ao mercado no primeiro trimestre, uma redução de 7,8%. A queda foi puxada pelos smartphones de entrada. Mas algumas categorias registraram crescimento. Os smartphones mais vendidos no período foram os intermediários (R$ 1 mil a R$ 2 mil), com 5,1 milhões de unidades, uma alta de 53% comparado com o primeiro trimestre de 2019. Em seguida aparece a categoria premium (R$ 2 mil a R$ 3 mil) com 1,2 milhão de dispositivos, um crescimento de 265,5%.

Houve um aumento nos preços por influência do dólar, que chegou a ter máxima recorde de R$ 5,19 em março. Como resultado, o preço médio dos smartphones subiu 15% e atingiu valor próximo de R$ 1,5 mil. A receita acumulada no primeiro trimestre de 2020 foi de R$ 14,5 bilhões, um crescimento de 6%. Esse movimento de mercado foi adiantado ao Mobile Time no mês passado por Fabricio Habib, gerente de produtos móveis da LG.

Feature Phones

Por sua vez, os celulares básicos registraram um recuo de 22%, com 544 mil peças enviadas ao mercado. De acordo com Renato Meireles, analista de pesquisa e consultoria em consumer devices na IDC, o movimento de queda era esperado. No entanto, essa redução nos envios deveria ser mais acentuada com os usuários trocando feature phones por smartphones. Com isso, Meireles explicou que ainda há espaço para esse tipo de dispositivo.

Assim como acontece com os smartphones, o dólar também impactou positivamente a receita dos feature phones. Na média, os handsets básicos ficaram 62% mais caros e chegaram a valor médio de R$ 177. O faturamento com essa categoria foi de R$ 96 milhões no período, crescimento de 26% em um ano.

 

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