Mais uma vez, o ministro Fábio Faria ouviu cobranças de parlamentares sobre a urgência de o governo oferecer acesso à Internet a todos os estudantes de escolas públicas no País. Na última segunda-feira, 2, em audiência remota promovida pela Comissão Temporária da Covid-19, senadores demonstraram preocupação com a falta de acesso à rede de boa parte dos alunos da rede pública brasileira. Por conta da pandemia, o ensino remoto deve continuar, e milhões de brasileiros seguirão fora da escola.
Faria contestou, afirmando que a banda larga atinge, hoje, cerca de 85% das escolas no País. Já a senadora Kátia Abreu (PP/TO) questionou este dado. “O mapa das telefônicas (operadoras) está muito diferente do mapa da realidade, ministro. Precisava fazer uma auditoria por amostragem do que está acontecendo. Como tirar a prova dos nove de onde tem Internet e onde não tem? As operadoras mostram uma lista linda, parece que tem Internet em todo lugar”, afirmou Abreu.
“A Anatel é quem tem condições de chamar as operadoras, aplicar multas, e colocar metas de prazos para que elas possam levar Internet para o restante das localidades. A gente não vai passar a mão na cabeça de ninguém”, respondeu o ministro. Ele apontou que os provedores regionais são os responsáveis pela conectividade nas cidades menores, portanto, seria preciso também cobrar deles este trabalho. Os provedores regionais, contudo, não detêm poder de mercado significativo, e nem precisam cumprir metas de universalização como as concessionárias de telefonia fixa.
Faria anunciou ainda que o ministério está desenvolvendo um “auxílio de Internet” para os estudantes de baixa renda, uma parceria com o MEC (Ministério da Educação). “Temos em torno de R$ 100 milhões para conectar 14 milhões de alunos sem acesso à rede”, disse.