Para fugir da vigilância do governo chinês e do uso da Internet, os manifestantes em Hong Kong passaram a usar o aplicativo Bridgefy (Android, iOS) para a comunicação entre eles. O Bridgefy é baseado em Bluetooth, não usa rede sem fio, dificultando a localização pelas autoridades chinesas.
A informação é da BBC e, segundo a empresa de medição Apptopia, os downloads aumentaram cerca de 4.000% nos últimos dois meses.
O app usa uma rede em malha que conecta os dispositivos dos usuários, permitindo que as pessoas troquem mensagens, mesmo em grandes distâncias. A mensagem passa de telefone em telefone entre seus usuários – estes, por sua vez, precisam estar a um alcance de 100 metros –, até que a mensagem chegue na pessoa pretendida.
O cofundador do aplicativo, Jorge Rios, explicou que desenvolveu o Bridgefy para ser usado em momentos onde a Internet é escassa ou problemática, como em shows ou eventos esportivos. A startup tem sede em São Francisco.
A BBC lembrou que manifestantes em protestos anteriores em Hong Kong, mas também em Taiwan, no Irã e no Iraque, já usaram um outro app, o FireChat.
O especialista em segurança de computadores da Universidade de Surrey, Alan Woodward, disse ao noticiário britânico que não está convencido de que as autoridades desconheçam o app, já que as redes ponto a ponto é possível saber quais são os pontos centrais e monitorar os dispositivos e os metadados podem informar quem está envolvido nas conversas. Além do mais, o Bluetooth não é um dos protocolos mais seguros. Ou seja, mais cedo ou mais tarde, as autoridades acessarão o Bridgefy.