A história econômica é marcada por disrupções tecnológicas que alteram a relação dentro do ecossistema produtivo e obriga governos a criarem regulamentações. Na opinião do presidente da Conexis, Marcos Ferrari, este é o caso por trás da discussão do fair share, para que big techs paguem às teles pelo uso das redes de telecomunicações. Ferrari defende que haja diálogo entre os dois setores e os órgãos reguladores competentes para se debater o tema. Ele participou do painel de abertura da Futurecom nesta terça-feira, 3, em São Paulo.
“Não somos contra inovações. Somos favoráveis. Mas temos que sentar à mesa para que o futuro digital não seja prejudicado”, disse Ferrari. “Hoje 80% da rede móvel é ocupada por apps das seis big techs. Vai chegar um ponto em que vai parar. E tenho certeza que não é isso que as big techs querem. O diálogo é o melhor caminho”, acrescentou.
Ele destacou ainda que a taxa média de retorno das operadoras de telecom gira em torno de 8%, na média mundial, enquanto a das big techs é da ordem de 30%. “Se considerar a taxa Selic, nossa taxa de retorno é negativa”, se queixou.
Por sua vez, Tomas Fuchs, também presente no painel, resumiu da seguinte forma a disputa: “A briga aqui é por retorno de investinmento. Quem vai ter o maior retorno?’.
